A história do copo, meio cheio ou meio vazio, é um bom exemplo para quase tudo. Ou seja, para quase todas as conveniências...
o cronista Martim Avilez Figueiredo (tem mesmo nome de "cronista da corte"...) descobriu a pólvora na última edição do "Expresso", no seu artigo, "A Ilusão da Realidade", ao escrever que 60 % da população portuguesa não paga IRS, e como dois e dois são quatro, obviamente os restantes 40 % da população são "esmagados fiscalmente". Não levanta sequer um pouco o pano, nem diz porque razão isto acontece.
As suas últimas palavras são sintomáticas: «é preciso que mais portugueses paguem impostos para que tudo se torne mais justo.»
Concordo plenamente.
Mas para que mais portugueses paguem impostos é preciso aumentar as pensões abaixo dos 400 euros assim com o ordenado mínimo, que é o valor normalmente oferecido a quem anda à procura de emprego.
E já não vou falar das centenas de milhares de desempregados de longa duração (pessoas com mais de cinquenta anos, considerados velhos para trabalhar...), que sobrevivem com o rendimento mínimo, que não deverá ser superior a 300 euros.
É por isso que as minhas últimas palavras são ligeiramente diferentes das dele: «é preciso que mais portugueses ganhem ordenados e pensões justas, para que os impostos sejam pagos por mais pessoas.»
A aguarela é de Thomas W. Shaller.
Opiniões secas como as desse senhor são típicas de quem vê e sabe qual é o problema mas está-se nas tintas para isso.
ResponderEliminare vivem num outro país, onde os pobrezinhos só existem no natal, Olinda.
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