terça-feira, fevereiro 13, 2007

O General Sem Medo


Humberto Delgado, o “General sem Medo”, foi assassinado, há exactamente, quarenta e dois anos, pela PIDE, juntamente com a sua secretária Arajaryr Campos.
Após ter decidido enfrentar o poder salazarista, com a sua candidatura à Presidência da República, em 1958, pela oposição democrática, o general passou a ter a cabeça a prémio.
Estas eleições acabaram por marcar a viragem do país, trazendo milhares de portugueses para as ruas, durante a campanha eleitoral, que se manifestaram contra Salazar, que ficou enfurecido, desde que Humberto Delgado teve a coragem de dizer em público, o que lhe faria se ganhasse as eleições: «Óbviamente demito-o», na célebre conferência de imprensa do Café “Chave de Ouro”.
Salazar tremeu pela primeira vez e viu-se obrigado a preparar, previamente, a fraude eleitoral, que proporcionaria a vitória de Américo Tomás, candidato do regime.
Humberto Delgado, após a divulgação dos resultados, fez sentir a sua indignação, acusando o governo de Salazar de fraude eleitoral. Indignação que se espalhou de Norte a Sul, com centenas de manifestações. O general só escapou ao cárcere, porque se refugiou na Embaixada Brasileira, onde pediu exílio político.
A partir desta altura Humberto Delgado andou permanentemente em cruzada contra a ditadura, percorrendo vários continentes, em busca de apoio. Envolveu-se em várias tentativas de golpes de estado, até que foi assassinado, de uma forma cobarde e animalesca, ao ter sido atraído a uma armadilha, montada por agentes da PIDE disfarçados de democratas, em Vilanueva del Fresno, Espanha, no dia 13 de Fevereiro de 1965.

Este texto está ilustrado com a fotografia da manifestação de apoio a Humberto Delgado, no Porto, que inundou as ruas da cidade, com centenas de milhares de pessoas.

2 comentários:

  1. E já lá vão 43 anos...
    Sou mesmo muito antiga, já que me lembro de tudo isto...
    Mas a data hoje passava-me.
    Bem hajas pelo "Largo da Memória", que nos reaviva a mesma...

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  2. Era pequeno demais para ter qualquer memória deste acontecimento tão triste...

    Sei que na época Salazar tentou empurrar este assassínio para cima do PCP, com o objectivo de dividir a oposição. Parece que o conseguiu, pelo menos por uns tempos...

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