segunda-feira, julho 08, 2024

O mar, sem ser ruidoso, é a voz mais forte da praia...


Este mar do sotavento algarvio, mais Mediterrâneo que Atlântico, está longe de ser "falador" como o do meu Oeste, mesmo assim é quem mais fala e barafusta na praia.

Passamos minutos sem ouvir uma voz humana. De longe a longe aparece a senhora das bolinhas, a quebrar a monotonia humana. As pessoas preferem ler livros (esta praia é muito culta, há uma grande percentagem de leitores...) e o smartphone a falar umas com as outras.

Quase não há crianças. É tão estranho. Parece que as gerações a seguir à minha se esqueceram de que as crianças são a alegria das casas... Foi por isso que só ao terceiro dia de praia vi duas crianças já grandotas a fazerem um castelo de areia, coisa que fiz sempre com os meus filhos, pelo menos até eles terem dez, onze anos.

Claro que não me estou a queixar, estou a constatar. Se quisesse ficar cheio de vozes humanas na praia, fazia férias em Agosto.

Felizmente na casa ao nosso lado, onde estão avós, filhos e netos, há um menino com menos de dois anos (ainda usa fralda...) a partir das oito da manhã anda e fala - mesmo que ainda não se perceba bem o que diz - sem parar, põe tudo em alvoroço, especialmente o avô, que é uma espécie de "guarda-costas"

É o melhor exemplo do que escrevi anteriormente, o pequenote é mesmo a alegria da casa...

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)


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