terça-feira, julho 23, 2024

Três traços comuns...


Escrevo muitas vezes sobre os meus amigos, mas por serem coisas pessoais, ficam quase esquecidas mas minhas espécies de diários (são dezenas de cadernos...).

Publico aqui uma ou outra coisa, mas são quase sempre "suaves", nunca vou ao "osso". 

E hoje, para não variar, faço o mesmo.

Durante anos e anos, pensei que o meu Pai era o homem mais livre do mundo (muito graças ao amor e generosidade da minha Mãe, que o deixava fazer o que queria e ser quem era...).

Mas hoje quando penso em Liberdade, daquela que a sua defesa e luta, davam prisão, sinto que alguns dos bons amigos que conheci em Almada, podem não ter sido tão livres como o Pai, mas amavam-na muito mais que ele... e as coisas em que se meteram para a defender antes e depois de Abril...

Claro que nem todos foram - e são comunistas (mas a maioria é) -, poucos foram presos, mas nenhum escapou de ter ficha na PIDE, de ser incomodado no trabalho, nas associações e até nas ruas.

Quando temos amigos como o Henrique, o Fernando, o Orlando, o Carlos (é quase um colectivo, são quatro...), o Chico, o Jaime, o Zé ou o Mário, tornamo-nos, naturalmente, melhores pessoas.

Com tudo isto quase que me esquecia de referir os seus três traços comuns: a Dignidade, a Generosidade, e claro, a Liberdade...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


2 comentários:

  1. Como se a luta pela liberdade de serem comunista significasse a promoção da liberdade de que outros o não sejam ...

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    1. Felizmente tenho a liberdade de só responder aos comentários que quero.

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