O primeiro período de férias já foi.
Há algum tempo que não lia tanto (tem sido sempre assim...). Como de costume houve palavras que tiveram mais peso que outras.
E lá vou voltar a Maria Judite de Carvalho, que em 1963 (um ano depois de eu nascer...), quando escreveu o livro "As Palavras Poupadas", já fazia um retrato tão actual da sociedade, no conto "A Sombra da Árvore":
«As pessoas caminhavam em frente sem se voltarem para os lados onde havia outras pessoas que seguiam também em frente. Atropelavam-se, esmagavam-se umas às outras e não paravam para olhar. Era isto afinal a vida. A vida como as pessoas a entendiam. Todos tinham onde chegar e lá iam, rua fora, com uma pressa doida. Só ele se sentia perdido, não achava o caminho para a sua rua. não sabia qual ela era, não tinha rua.»
Talvez o mundo nunca fosse tão diferente como queremos fazer crer...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
É verdade. Mas nesse tempo havia poucas pessoas com olhos de ver e havia uma censura que não dava trégua a quem olhava e via.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Pois é, Elvira, olhava-se sem se ver...
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