Embora eu continue a duvidar que o mundo seja dos "espertos", eles pensam mesmo que o mundo lhes pertence...
Hoje tive pelo menos dois exemplos. Um aconteceu na estrada, numa longa fila, em que o condutor de um dos carros parados foi incapaz de dar a passagem a outro, que queria seguir na direcção contrária. Felizmente o segundo homem não tinha pressa nem estava interessado em reagir à "provocação" do espertalhaço...
O segundo exemplo foi de alguém que tinha sido informada e aconselhada a fazer a coisa certa, sobre uma questão de justiça e de bom funcionamento das coisas... Sem se manifestar e dando uma de "chefe", preferiu continuar a navegar no erro (provavelmente a fiar-se que ninguém se iria manifestar...), acabando por ouvir o que não queria, de alguém que não gostava de passar por parvo, ficando mal na "fotografia".
Mas ela sabia como é que as pessoas reagiam normalmente. Conhecia a sua passividade...
Acho que o problema maior dos portugueses é mesmo esse. Preferem passar por parvos a "comprar" uma discussão ou uma briga. Ou seja, ficam demasiadas vezes no seu cantinho e são pouco solidários (ao contrário do que se diz por aí, fiados nas estatísticas das "campanhas telefónicas"). No campo profissional, preferem assobiar para o ar ou fingir que não vêm o que se passa mesmo à sua frente...
E a principal consequência desta "cegueira" voluntária, é os "espertos" acharem-se, cada vez mais, "donos do mundo" (e nem falo do sujeito que se acha mesmo "dono" da América e do Mundo)...
E a principal consequência desta "cegueira" voluntária, é os "espertos" acharem-se, cada vez mais, "donos do mundo" (e nem falo do sujeito que se acha mesmo "dono" da América e do Mundo)...
(Fotografia de Luís Eme)
Neste mundo, cada vez mais "facebook", que mais se poderá esperar senão o crescimento da ignorância -aliás o mundo já é governado por um ignorante. E perante tanta ignorância e tantos espertos que opção nos resta senão fazermo-nos de parvos, ou sermos trucidados...
ResponderEliminarNão nos deveremos esquecer que a ignorância é cega.
Apesar de tudo, embora sentindo-o na pele, eu continuo a lutar contra a ignorância e a indignar-me contra os xicos-espertos.
Claro que não podemos silenciar este avanço da mediocridade na nossa sociedade, a todos os níveis, Severino.
EliminarÉ um facto. Eu prefiro ficar prejudicada a iniciar uma briga.
ResponderEliminarUm abraço e bom domingo
Eu gosto de falar, muitas vezes apenas com ironia, só para perceberem que não sou tão "parvo" como me querem fazer passar, Elvira. :)
EliminarLuís, tenho a sensação de que cada vez estou mais selectiva nestas questões de "deixar passar" ou "não intervir", e o lutar pela causa.
ResponderEliminarOu seja, escolho mais aquilo por que luto, e nesse universo mais restrito, invisto mais energia.
Nas questões imediatas, naquela injustiça mesmo ali à frente dos olhos, digo logo e não tenho problema que não gostem ou de gerar indisposições.
Noutras situações de injustiça, "mais de fundo", e em que não sou lesada, apenas luto pelos outros se esses o fizerem, caso estejam em condições. (Não me agrada a ideia de quem pode lutar, se encoste, à espera do que os outros façam por si.)
A questão dos conflitos que advém de posicionamentos diferentes não me perturba ou inibe de per si. Acontece é que em certos casos percebo que as energias e o tempo que seriam gastos por esse lado fazem-me falta para o que considero mais importante ou prioritário. Nessas situações e se puder, abandono a "causa", e invisto no que me interessa mais, considero mais importante e me faz sentir bem.
Ah, e detesto "estupidezes" na estrada, mas nunca elevo o tom ou largo palavras feias.
A forma mais inteligente de lidar com a situação, Isabel, é sermos de facto selectivos.
EliminarTambém tenho dificuldade em não "reagir" se for algo que aconteça na minha presença... Mas já não sou tão inocente como era há meia-dúzia de anos, até por saber que não consigo mudar o mundo...