Não sou muito de discutir coisas da família do "sexo dos anjos", é por isso que não me importa se o neo-realismo existiu mesmo, ou se é apenas um nome que se deu a algo que teve um papel político e ideológico marcante, com mais ou menos qualidade, na nossa literatura dos anos 40 e 50 do século passado. No cinema quase não se deu por ele, porque o dinheiro que existia era sobretudo para a continuidade de comédias de riso fácil e pouca substância, tão úteis para o entretenimento popular...
Estou a dizer isto por que nos almoços abertos e amigos da Olivença (fala-se quase aos gritos e com muitos gestos, à boa maneira italiana...), onde se fala de tudo e mais alguma coisa, a cultura nunca fica esquecida.
Começámos com os livros, com Redol, Soeiro Pereira Gomes, e até o nosso Romeu Correia, que embora não gostasse muito do rótulo, tem obras que são mesmo deste "território", como é o caso do "Trapo Azul", "Calamento" ou "Gandaia".
Não demorou muito tempo a mudarmos para outra arte, pois alguns nostálgicos trouxeram para a mesa o cinema italiano dos "bons velhos tempos" (este lugar comum também têm muito que se lhe diga...).
Os nomes dos realizadores Federico Fellini, Roberto Rossellini, Vittorio De Sica e Luchino Visconti foram os mais repetidos. "Ladrões de Bicicletas", "Stromboli", "Roma Cidade Aberta", "Caminho da Esperança", e tantas outras fitas, foram recordadas. Dos actores e actrizes a Anna Magnani superou tudo e todos...
(Fotografia de autor desconhecido)
Não sou muito de discutir coisas da família do "sexo dos anjos"...
ResponderEliminarE com toda a rszão.Que interessa o rótulo se é ou não é...quando estamos perante grandes obras de arte, como são, por exemplo, os livros do Soeiro Pereira Gomes, os filmes do Visconti, do Rossellini e tantos outros.
É verdade, Severino. As obras resistem aos rótulos e ficam.
EliminarIndependentemente dos rótulos, passo só para dizer que essa fotografia representa uma cena do filme L'amore, de Roberto Rossellini.
ResponderEliminarAproveito para lhe desejar um excelente Novo Ano a si e aos seus, Luís.