Estava sentado no café à espera de uma companhia melhor que a chuva. O "vai e vem" da mesa ao lado chamou-me a atenção que ali já não era possível beber uma bica e fumar um cigarro em simultâneo, um prazer desfeito na maior parte dos lugares públicos...
Eu que nunca fui fumador fiquei a pensar que este vício caminha para a clandestinidade, com as pessoas que gostam de saborear o tabaco a serem tratadas como cidadãs de segunda, quase a caminho da "criminalidade".
Se esquecermos os alunos das escolas (especialmente as meninas da escola que fica a uma centena de metros deste lugar onde escrevo, que gostam de fumar e dizer caralhadas, em nome da "liberdade"), já ninguém usa o cigarro como instrumento social.
Lembrei-me agora que só tenho um amigo que fuma desalmadamente, capaz de acender cigarros uns atrás dos outros. Em reuniões com mais "nervo" chega a acender dois cigarros quase em simultâneo, sem se aperceber. É a única pessoa que me consegue perfumar a roupa de uma forma desagradável e que suscita a pergunta da ordem em casa: «Onde é que andaste? Que cheiro horrível!»
Sorri ao pensar no Vitor, que tantas vezes fumou nas mesas deste café e que nunca foi incomodativo... Eram outros tempos, em que o "hábito fazia o monge"... E claro, éramos mais tolerantes e despreocupados com os malefícios do sal, do açucar ou do tabaco...
(Fotografia de Georges Dambier)
Será orque somos mais conscientes dos malefícios para a saúde. Quando casei, o marido gostava que o acompanhasse no cigarro. Experimentei, não gostei. Ele fumava bastante. Chegou a fumar 3 maços de SG gigante por dia. Um dia sentiu-se mal. Fez exames e o cardiologista, disse-lhe que tinha a hemoglobina muito alta. Que era do tabaco. E que a continuar assim não levaria nem três meses a ter um AVC.
ResponderEliminarEle chegou a casa, desfez os cigarros que tinha no maço e deitou-os no lixo. Nunca mais fumou. Tinha 48 anos. Vai fazer 74.
Um abraço e bom domingo.
Somos mais conscientes sim, Elvira.
EliminarMas não se morre apenas de uma coisa... às vezes basta passarmos a passadeira para sermos levados para o outro lado.
Acho que há um exagero. Palavra de um não fumador.
Nunca fumei e era "gozada" na Faculdade por isso. Por isso e por não beber. Enfim! Mas nada tenho contra os fumadores, vivo com fumadores desde antes de nascer até ao dia de hoje. Também me dá náuseas esta perseguição histérica que fazem aos fumadores. Tretas!! Tantas coisas que fazem pior e nem por isso são proibidas (ainda...)
ResponderEliminarTambém nunca fumei, mas escapei aos "gozos", pela "capa de desportista" que usava, Graça.:)
EliminarMas é realmente um exagero...
Luís, não acho que os fumadores sejam tratados como cidadãos de segunda. Eu também me sinto condicionada nos espaços onde é permitido fumar.
ResponderEliminarEu começo a achar, Isabel.
EliminarMas hoje podemos escolher (uma das coisas que me irritava solenemente era estar num restaurante a comer e a levar com o tabaco dos outros, dando um outro sabor à comida...).
Fumo. E mesmo que não fumasse, algo ainda me tiraria a saúde.
ResponderEliminarÉ, Letícia.
EliminarNão penso que a vida demasiado certinha seja a solução.
Mesmo sem sair de casa, pode sempre haver um terramoto...
Eu sou alérgica ao tabaco e a outras coisas... Fujo delas para não agravar a minha saúde. Cada um é livre de ser como é... Gosto mais de estar no café, agora que não se fuma lá dentro...
ResponderEliminarUma boa semana.
Um abraço, Luís
Mas eu também, Graça.
EliminarSó acho que quem fuma não precisa de ser quase olhado como um "assassino".