Quando a Rita disse: «Somos mesmo fruta do tempo», olhámos-a e ficámos à espera de qualquer pista, sem sabermos muito bem o que viria a seguir.
Foi então que ela apontou para as nuvens cinzentas que andavam a cirandar por cima de nós e a ameaçar-nos com uns baldes de água.
Continuou enigmática e acrescentou que «Os espelhos nunca nos dizem tudo.»
O Adriano sorriu e respondeu-lhe: «Depende dos espelhos e depende dos olhares. Se andarmos por aí, distraídos podemos esquecer quase tudo, até este céu que gosta de usar os nossos olhos como reflector.»
A Marta que não é mulher de falar, é mais de ouvir, sorriu enquanto amaldiçoava o Inverno que estava quase a chegar e ela sem poder hibernar. deixando-nos também a sorrir com a sua frase quase sincera: «Se pudesse ia embora para uma toca qualquer e só voltava na Primavera...»
Mais uma vez reparei nas diferenças quase evidentes entre o masculino e o feminino, na nossa elementar distracção e facilidade de viramos as costas a estes pequenos contratempos, como é o caso de um céu carregado de nuvens...
O óleo é de Carolyn Pyfron.
bonito texto.
ResponderEliminaros espelhos até dizem tudo, nós é que por vezes não gostamos de ver o que eles nos dizem.
bom fim de semana.
beijos
:)
Não sei, pode ser como tu dizes, Piedade, embora os espelhos tenho muitas nuances, muitos ângulos...
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