terça-feira, outubro 06, 2015

«A sétima arte sempre teve o condão de transformar heróis de papel em gente de carne e osso.»


Voltei à infância por causa dos livros e filmes de aventuras. Recordei que quando era pequenote pensava que só os heróis dos livros de banda desenhada que acabavam por dar o salto para o cinema, tinham existido de verdade. Os outros eram apenas uma invenção dos criadores de histórias.

Só quase no final da primária é que descobri que o Tarzan era apenas uma personagem de ficção criada por Edgar Rice Burroughs. No início pensava que me estavam a querer enganar, mas... Mesmo Robin dos Bosques é um herói mítico, que muitos gostavam que tivesse existido, pelo menos como é pintado, com a virtude de roubar aos ricos para dar aos pobres, uma autêntica raridade, mesmo nos nossos dias.

Até nos chegou de "avião" o célebre Major Alvega, que algumas alminhas pensam que se trata de uma criação portuguesa e não de uma adaptação do inglês para português, que um dedo da censura achou por bem que o piloto passasse a ter como nome próprio Jaime Eduardo (vá lá saber-se porquê...) e tivesse nascido no Ribatejo (há coisas do arco da velha...).

Também falámos de outros heróis com direito a biografia e existência real, quase todos ligados aos filmes com índios e cowboys.  Até sorrimos com o facto de Bufalo Bill ser um dos poucos heróis que morreram de velhice, como artista de circo.

Devemos tanto ao cinema no nosso imaginário infantil e juvenil. Foi por isso que disse:
«A sétima arte sempre teve o condão de transformar os heróis de papel em gente de carne e osso.»

4 comentários:

  1. Os heróis das histórias aos quadradinhos... Muito apreciados pelos rapazes da minha infância. Sim, que as meninas não liam disso... Tínhamos as histórias de fadas e princesas e a Fagulha da Mocidade Portuguesa Feminina...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim, num mundo em que quase todas as coisas eram divididas e separadas, ora para meninos ora para meninas, Graça.

      Eliminar
  2. Gostava muito dos livrinhos do MANDRAKE.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu também, Severino. E de tantos outros heróis.

      Eliminar