Acabei de ler "O Meu Amante de Domingo" de Alexandra Lucas Coelho, uma excelente jornalista que continua a escrever (felizmente) no "Público".
Tinha pensado não escrever nada, porque a leitura do livro acabou por ser uma desilusão. A meio do livro ainda estava entusiasmado, mas à medida que fui caminhando para o final, comecei a perceber que não iria acontecer nada de surpreendente...
Por uma razão muito simples, é mais um livro que não tem uma história, um final (agora usa-se muito, escrever romances sem princípio meio e fim).
A sua melhor qualidade é o ritmo (algo que nem sempre se consegue dar a uma história, o movimento, a acção que nos faz continuar atrás das palavras da autora...).
Durante 180 páginas uma mulher dá mostras da sua desilusão em relação aos homens (que realmente não são grande coisa, deve ser por isso que continuo a gostar mais de mulheres...), numa fase difícil das nossas vidas, em que começamos a duvidar se o amor existe mesmo...
Durante 180 páginas uma mulher dá mostras da sua desilusão em relação aos homens (que realmente não são grande coisa, deve ser por isso que continuo a gostar mais de mulheres...), numa fase difícil das nossas vidas, em que começamos a duvidar se o amor existe mesmo...
Li algumas coisa sobre os palavrões, que eram um exagero, assim como as cenas de sexo. Em relação à componente sexual não encontrei, nada de pornográfico ou de chocante. Também não achei nada do outro mundo que a personagem principal utilizasse o "caralho" e o "foda-se", como palavras vulgares do nosso vocabulário, até por ser do Canidelo. Todos sabemos que no Norte estas palavras soam sempre com outra naturalidade, mesmo na boca de uma mulher.
Há boas referências literárias (Nelson Rodrigues, Balzac, etc), mas não chegam para fazer deste livro um romance.
Claro que se trata de uma mera opinião pessoal. Também não tinha achado "E A Noite Roda" um grande romance (por motivos diferentes, achei-o demasiado documental...) e ele foi premiado e bem dito pelos "críticos da corte"...
Talvez esteja a ser demasiado exigente, por achar que a Alexandra é uma das melhores cronistas de viagem deste país. Conheço muito melhor o Brasil e o Oriente (sem por lá passar...) graças a ela.
Nem sempre a nossa opinião sobre um livro, um quadro, uma escultura, coincide com a dos críticos da corte. Eu por exemplo não simpatizo com as obras da Joana Vasconcelos.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim de semana
pois não, Elvira.
Eliminare mais vezes do que parece, mas o silêncio às vezes rouba-nos as palavras.