São os gestos dos desconhecidos, que ainda nos fazem acreditar na espécie humana.
Quando alguém que não nos conhece de parte alguma nem está à espera de nada, é capaz de nos ajudar, apenas porque sim, porque naquele momento decidiu não virar costas ou fechar os olhos à vida, as coisas parecem fazer sentido.
Mas temos de aceitar sem dramas que começam a ser gestos raros, nas sociedades que cultivam o individualismo e onde se finge que o outro não existe, com quem nem sequer trocamos um bom dia ou uma boa tarde.
Claro que os gestos dos conhecidos também sabem bem, mas são diferentes. Quando ainda vivemos numa espécie de "bairro", em que trocamos além do bom dia, um sorriso e duas ou três palavras com a vizinhança (como ontem, quando eu disse a um dos vizinhos na rua, que andava o diabo à solta...), sabemos que ainda existem "portos de abrigo" por aí...
É que nós, ao contrário do que muito boa gente finge pensar, não somos meras estátuas, como as de Berit Hildre.
E é mesmo cada dia mais raro. A maioria das pessoas hoje em dia nem sabe quem mora no mesmo prédio.
ResponderEliminarUm abraço
sim, e nem quer saber, Elvira. :(
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