sábado, fevereiro 07, 2015

A Literatura é Outra Coisa


Como prometi vou tentar dar continuidade ao texto anterior.

As conversas às vezes são saborosas como as cerejas. Foi desta forma que do cinema derivámos para a literatura, para o papel da escritor na sociedade, para as suas várias máscaras. Fernando Pessoa apareceu logo por ali, com os seus amigos Ricardo, Alberto e Álvaro.

Eu disse ao João e ao Pedro que isso que não eram máscaras, eram mais sombras. Sorrimos, por sabermos que era muito mais que isso...

Mas claro que era ele e os seus "eles"...

Não tenho muitas dúvidas que nós não somos apenas um eu, por isso é que acabamos por ser tão contraditórios, mesmo quando não o queremos ser. 

Mas o autor nunca é uma personagem, não é um actor, mesmo que tente vestir outra pele, nunca deixa de ser ele. Ou seja, tem sempre mais responsabilidade, porque está sempre a representar o mesmo papel, o seu. Pode ser Francisco, Alfredo ou Joaquim, mas nunca deixa de ser quem é. Talvez tente fugir de si mesmo, mesmo sabendo que é uma fuga perdida... 

Como devem calcular foi uma conversa muito mais confusa, estivemos longe de conseguir concluir alguma coisa. Mas como também era isso que pretendíamos...

O óleo é de Krzysztof Rzeznczec.

2 comentários:

  1. Continuo a gostar de o ler, Luís.
    Um abraço.

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  2. é bom saber que a Graça gosta de vir ao Largo e ficar a ver as vistas. :)

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