quarta-feira, junho 18, 2008

Paisagens de Outros Tempos (8)

Como podem ver nesta fotografia de 1917, os jovens ardinas animavam as ruas de Lisboa, com as suas palavras publicitárias, cheias de graça, em que numa única frase espalhavam pelas redondezas meia-dúzia de títulos de jornais...

As pessoas que circulavam nas ruas acenavam e lá vinha o "puto" (até aos anos sessenta, a maior parte dos ardinas eram crianças, entre os oito e os catorze anos), a correr com a sacola de jornais atrás...
Havia outra vantagem nesses tempos, era sempre possível receber o jornal em casa, pela janela ou pela porta.
Hoje, com a proliferação dos gratuítos, também há alguns jornais que nos enchem a caixa do correio, mas não é a mesma coisa...

A foto é de Joshua Benoliel (1873 - 1932), um dos nossos primeiros grandes repórteres fotográficos.

26 comentários:

  1. e era o pregão das varinas.
    as carroças e os burros.

    as desfolhadas
    e a pequenada pendurada na figueira do quintal.
    os pés descalços e o bibe rõto...

    o "Répública" ainda me entrou assim em casa.

    maré

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  2. quando eu era criança, também havia leiteiras que traziam o leite a casa acabadinho de espremer das tetas das vacas :) o sabor desses tempos permanece...

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  3. Belíssima a foto de Joshua Benoliel. Ainda me lembro de ver os ardinas...Obrigada por nos brindares com estas coisas neste Largo da Memória.
    Um abraço Luís

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  4. Belíssima fotografia.
    Tu descobres cada coisa.... :))

    Beijinho, Luís

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  5. E sempre que existia um artigo do Rocha Martins eles gritam: "Fala o Rocha! Fala o Rocha!"

    E o jornal esgotava.


    Beijo, parabéns por esta memória, adorei...

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  6. A fotografia é uma beleza. E a tua homenagem a estes meninos cai muito bem.


    Abraço, Luís.

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  7. Bela memória!
    Os miúdos têm um ar feliz...apesar de tudo...

    Abraço

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  8. ainda bem que estas fotos saltam dos arquivos fotográficos...curiosamente o meu primeiro emprego foi no Arquivo Histórico em Almada...

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  9. Ainda me recordo dum ardina, na zona de Belém,tinha uma sacola cinzenta, enorme,que lhe chegava quase aos pés, onde guardava os jornais, e que saltava e apanhava o eléctrico em andamento e atirava o jornal, no qual conseguia dar um nó, para as janelas mais altas dos prédios. Eu, criança pequena, achava aquilo uma grande aventura e ficava boquiaberta a ver a sua habilidade.
    Figuras tipicas da nossa Lisboa antiga.

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  10. Luís, é sempre bom recordar!!!

    O que eu tenho para oferecer é uma visita virtual aos glaciares, se estiveres interessado, vem comigo.

    Ou então, uma sugestão bem mais perto: que tal uma visita à Rota das Tabernas?
    Huuummmmm, que cheirinho a jaquinzinhos fritos.

    Bom fim de semana.
    Abracinhos.

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  11. Hà O Diàààààààààrio-Lisboa, olha o Noticias...adorava ouvi-los no Rossio!
    Como isso tudo me parece longiquo, numa outra vida.
    Merci de tes mots dans mon blog Luis, pernas de fora...ao fresco, com os pézinhos na areia, no POnto Final...
    jà nao falta tudo para eu ir ver o Tejo!
    Bjos e boa noite,
    bonne nuit,
    lm

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  12. tanta coisa com o perfume do antigamente, Maré...

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  13. lembraste-me o quanto o meu irmão gostava de ir buscar o leite, à vacaria, em Salir de Matos, Alice...

    e como ele se deliciava com a nata que ficava por cima da "leiteira"...

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  14. também me lembro de alguns, Graça, mas não pequenotes, eram mais para o entradote, no Rossio...

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  15. e esta? do Rocha?

    não fazia a minima, M. Maria Maio...

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  16. foi um sorriso para a fotografia, Rosa...

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  17. ainda bem, Luis Galego...

    curiosa a observação do emprego no Arquivo histórico de Almada.

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  18. uma Lisboa que já não há, Benó...

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  19. também ainda os ouvi no Rossio, Lidia...

    era mesmo outro mundo...

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  20. Pois é, Luís Eme: fazem parte do nosso imaginário. E olhar para as fotos e perguntarmo-nos o que foram aqueles miúdos; que marcas deixaram... É o que me passa pela cabeça. Hoje seria trabalho infantil. Ventos de mudança.
    Beijos

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  21. também pensei nisso, Lúcia...

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  22. Gosto muito deste tipo de fotos antigas. Tenho umas dezenas de temas algarvios.
    Um abraço

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  23. são parte da nossa história, Vieira Calado...

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