terça-feira, agosto 21, 2018

O Surrealismo que Faz Bem à Vida...


Sei que os filmes são capazes de nos contar histórias mirabolantes sobre alguns homens normais, que quase passam por "super-homens", por meros acasos que lhes passam à sua frente e os obrigam a reagir, a fazer alguma coisa quase louca, por que não são muito de fugir dos problemas. Quanto muito, são mais de os ficar a ver passar...

Eduardo foi e é um desses homens.

Conheci-o hoje, juntamente com as suas histórias de vida, capazes de encher qualquer "jornal do incrível", apenas porque não é homem para fugir de uma aventura, mesmo que esta cheire a sarilhos.

Poderia muito bem ser um Fernão Mendes Pinto do século vinte, se  conseguisse e quisesse escrever os acasos que o levaram do Brasil ao Japão, com paragens, em mais uma dúzia de países, com tradições e hábitos estranhos, que só se conseguem aceitar, quando se tem uma filosofia de vida especial... 

E sim, sempre gostou do surrealismo, porque a vida dos "certinhos" era demasiado estúpida... e sem precisar de coçar o rabo nas cadeiras do mítico "Café Gelo", porque havia meia dúzia de tabernas, bem mais instrutivas que os cafés, que também serviam leitinho. Ou seja,  havia muito mais surrealistas em Lisboa, que os do costume. Gente que fazia questão de estar fora do "circuito artístico".

Não se lembra de se ter cruzado com o Cesariny, o O'Neill ou o Lisboa, mas bebeu tintos com o Gancho, o Forte, o Sampaio ou o Verne.

Quando lhe tentam chamar "herói" ele defende-se com o seu metro e sessenta e os seus cinquenta quilos. Acrescentando que o segredo da sua sobrevivência, deve-se à sua aparente fragilidade física. Sorri, quando conta que ninguém queria perder tempo com uma amostra de gente...

Depois caminhamos como se acabássemos de sair de uma sala de cinema, daquelas com mais "piolho" que pipoca... com muita vontade de pensar e de escrever coisas...

(Fotografia de Luís Eme)

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