Zeca Afonso voltou a ser tema de conversa e de escrita nos últimos dias, não tanto pela sua obra, mas sim pela vontade dos dirigentes da Sociedade Portuguesa de Autores em pedirem a transladação do seu corpo de Setúbal para o Panteão Nacional.
É algo que não se percebe bem, se pensarmos que José Afonso recusou ser condecorado ainda em vida, pelo general Ramalho Eanes. Alguns anos mais tarde a família voltou a recusar uma condecoração póstuma, durante a presidência de Mário Soares, fazendo prevalecer a vontade do músico.
Faz-me confusão, que depois destes dois episódios, não se respeite a vontade do Zeca e da sua família, com a agravante de a iniciativa partir de uma Sociedade que tem como principal objectivo defender os autores...
Este caso acaba por ter um aspecto positivo, mostra-nos o quanto é importante honrarmos a memória e a vontade dos que partem.
Não podemos esquecer que estamos a falar de uma das raras pessoas, que teve a coragem de recusar prémios e condecorações em vida (só me lembro de Zeca Afonso e de Herberto Hélder...). É bom que o seu exemplo prevaleça, mesmo que seja a excepção que confirma regra...
(Fotografia de Luís Eme)
"só me lembro de Zeca Afonso e de Herberto Hélder...)." E o José Mário Branco.
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