Ontem contaram-me uma história intensa, passada há muitos anos na Trafaria.
A personagem principal era um antigo futebolista do Belenenses, que depois de abandonar os estádios, voltou à sua antiga profissão, barbeiro, embora continuasse a treinar algumas equipas do Concelho, quando o convidavam.
Talvez por ser um homem educado, alguns pescadores da Vila começaram a insinuar que ele era homossexual e como devem calcular, a insinuação tornou-se boato e atingiu as proporções, que normalmente as coisas ligados ao sexo, atingem...
Como costuma acontecer nestes casos, a "insinuação" acabou por chegar aos ouvidos do protagonista, que atingido na sua honra, jurou vingança.
E foi o que aconteceu ao começo de uma das noites seguintes na Vila, quando munido de uma arma, bateu a uma porta, apareceu a esposa, a quem mandou chamar o marido. Assim que este se aproximou disparou a pistola à queima roupa e afastou-se, deixando o caído no soalho da casa. A segunda vitima foi um pescador que se preparava para ir para o mar, chamou-o e sem qualquer palavra, atingiu-o mortalmente. Houve ainda uma terceira vitima que encontrou na rua e deixou estendido no chão.
Depois regressou a casa, deitou-se na cama e deu o tiro final...
Este episódio acabou por me recordar um homem com quem trabalhei, que me olhava de uma forma estranha e incómoda, tentando "despir-me com o olhar". Nunca se insinuou ou tentou alguma coisa. Simplesmente me mirava, como eu penso que miram, os homens que gostam de homens...
Perturbante, não?
ResponderEliminarAbraço.
Muito, Elvira.
EliminarDá sempre que pensar...