Eu sei que não olho as pessoas de maneira diferente devido ao tom da sua pele.
No meu intimo sei que há só uma coisa que me irrita nos pretos, a sua forma de se expressarem, o uso que dão às palavras.
Quando vejo um preto falar de uma forma muito pulida e direitinha, quase sem mexer o corpo, digo logo para dentro de mim: «aqui está mais um "preto-branco"». E sou ainda capaz de ir mais longe e pensar que é alguém que não se sente bem com a sua pele.
Ou seja, para mim um tipo de pele mais escura deve falar e andar quase a dançar, por que é assim que os trópicos mandam...
Até vou dar três exemplos de três figuras públicas, a quem não consigo colar as palavras e os movimentos de corpo à sua cor de pele: Boss AC (músico), João Mário (futebolista) e Hélder Amaral (político).
E é nestes momentos que me descubro racista...
(A utilização dos termos "preto" e "branco" foi propositada e não teve nada de racista. Além de gostar menos da palavra "negro", num mundo normal (sem ter de ser a preto e branco...) nós somos os brancos e eles os pretos e nenhum de nós tem culpa da forma como fomos "pintados")
(Fotografia de Lorena Monique - estudante universitária de Brasília, autora do projecto fotográfico "Ah Branco dá um tempo", contra o racismo nas universidades)
Há muitos anos em Nampula, um amigo preto, dizia-me que racistas somos todos nós, em maior ou menor escala, seja qual for a cor da nossa pele. Isto porque eu dizia que não era racista. E sinceramente pensava que não era. Hoje com este texto, compreendi o que ele queria dizer.
ResponderEliminarUm abraço e bom domingo.
Somos muitas vezes sem querermos e sem nos apercebermos, apenas por uma questão de educação e da forma como o mundo que nos rodeia gira, Elvira...
EliminarConcordo em absoluto, especialmente com o último parágrafo. Nunca digo «negro», digo sempre «preto» sem qualquer conotação negativa! Se eu sou branca, eles são pretos. Mais nada!
ResponderEliminarAs palavras só têm o peso que lhes queremos dar, Graça...
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