Embora Almada tenha fama (e algum proveito...) de ser uma "Cidade de Teatro", é sobretudo uma Terra de muitas culturas. Há muita gente que escreve, muita gente que pinta e muita gente que toca e canta...
Provavelmente, se esquecermos Lisboa e Porto, não deve haver uma outra cidade do nosso país, com tanta actividade cultural e tantos criadores.
Mas o que eu quero falar é de música, das "memórias" que ficaram de uma quase revolução musical que se iniciou no final dos anos 1970, que ficou conhecida como "rock cantado em português", que foi iniciada com o "Chico Fininho" do Rui Veloso e se espalhou de Norte a Sul. Almada sempre gostou de revoluções, deve ter sido por isso que foi um dos lugares onde surgiram mais músicos e mais bandas a trocar o habitual inglês (quase sempre de praia...) pela nossa língua. homenageados este ano pelo Tim, com o espectáculo e o disco, "À Sombra do Cristo Rei".
Um dos grupos de Almada que achei piada quando ainda vivia no Oeste foram os "Iodo", que vi ao vivo num concerto na Benedita, em que fizeram a primeira parte dos UHF (talvez em 1980 ou 1981...).
Estava longe de pensar que trinta e muitos anos depois iria conhecer um desses rapazes e falar com ele sobre esses tempos, com tanto espaço para sonhos...
Contou-me que em apenas cinco anos tocou em sete bandas e depois mudou de vida, ao perceber que éramos um país demasiado pequeno, sem espaço para todas as bandas que cresciam à volta de Lisboa, como se fossem cogumelos...
Sorriu ao recordar-se que o dinheiro dos espectáculos depois de dividido por todos era uma "miséria". Era por isso que os únicos profissionais das bandas eram os desempregados ou os desocupados a tempo inteiro. E depois ainda havia uns tipos que tinham a mania que eram os "lideres" das bandas, que achavam que deviam ganhar mais que os outros...
Confessou-me ter uma admiração especial pelos "Xutos", por terem conseguido sobreviver a muitas "batalhas" e a tantos "filhos da puta". Sublinhando que são a única verdadeira banda de culto do rock português.
Conversámos sobre mais coisas, mas confesso que me soube a pouco. Mesmo sem estar a pensar fazer a "história do rock português em Almada", fiquei com curiosidade sobre várias personagens que foram aparecendo ao longo da conversa. Ou seja, temos de repetir este regresso ao "25 de Abril do nosso rock".
(Escolhi este título porque um dos grandes êxitos dos Iodo foi a "Malta à Porta"...)
Luís, creio que estive nesse(?) concerto dos UHF... Apontaria para 1980. Ali a minha interrogação tem a ver com a dúvida se terá sido nas Caldas em que os vi pela primeira vez...
ResponderEliminarO lugar do concerto não foi exactamente a Benedita, foi próximo, Isabel (não me lembro se foi Turquel, Alcoentre ou outro sitio qualquer).
EliminarA primeira vez que vi os UHF nas Caldas foi numa passagem de ano organizada pelos finalistas da "Escola Comercial", penso na passagem de 78 para 79.
O de Alcoentre vi. Morava lá!
EliminarDeve ter sido esse que vi também, Isabel.
EliminarSe calhar até te pisquei o olho no meio do rock. :)
sabem bem, estas conversas.
ResponderEliminarSe sabem, Laura.:)
EliminarEntão as histórias que não são publicáveis...
Eu alma modesta gozei de "largo de memória"
ResponderEliminarabraço
Olá Alfacinha.
EliminarApareça sempre que lhe apeteça no "Largo".