Passei por um espaço de publicidade das culturas e fui quase obrigado a olhar nos dois cartazes com amor. O primeiro por razões óbvias, o segundo pelo lugar comum do título do filme, e também pela imagem, como se o amor entre dois homens fosse uma coisa do próximo século.
Basta passear pela blogosfera para perceber que "o amor é (mesmo) uma coisa estranha" (os outros lugares com redes, só conheço de nome...).
Há quem escreva com relativa facilidade sobre as suas histórias povoadas de amores impossíveis, fazendo-o muitas vezes quase em forma de "folhetins". Esperam com relativa facilidade pelo quase impossível, embora também possa ser apenas uma "fantasia".
Também tenho escrito bastante (fora do blogue...) sobre a facilidade com que nos desentendemos e como extremamos posições, quase como se homens e mulheres tivessem vindo de planetas diferentes. Até por continuar a pensar que não somos assim tão diferentes.
E nem vou falar dos outros lados do amor, entre o absurdo, o surreal, que visitam algumas conversas decalcadas de jornais e revistas, cujos protagonistas parecem saídos de filmes "noir", embora sejam de carne e osso. São gente capaz de fazer tudo por amor, até matar, porque fingem entender o casamento como algo eterno, como se ensina na missa.
Por onde eu já vou, e apenas porque passei à hora errada pela publicidade errada.
(Fotografia de Luís Eme)
Luís, julgo que se poderia arranjar igual número de argumentos, também credíveis, para justificar que o amor não é uma coisa estranha.
ResponderEliminarDe forma mais ou menos explícita, já tenho escrito várias vezes que é o amor, no conceito abrangente de afectos, que faz a grande diferença nas nossas vidas. E esta consciência, para quem não anda cá só para 'passear', torna-se mais notória a partir dos entas. Também quando se afina o grau de exigência.
O amor nada tem de estranheza; é do mais natural ou devia sê-lo. As dificuldades, se as há, têm a ver com a forma com o entrelaçar dos sentires com padrões definidos ou novos, com a gestão de expectativas, com tolerância... sobretudo com a verdade.
Ninguém mata por amor.
Usam essa linguagem e querem convencer-nos disso para adoçar o crime de homicídio.
Tanto que havia a dizer, Isabel...
EliminarClaro que o amor em si não é uma coisa estranha, o que é estranho é "a estranha forma de amar" (acho que é um fado da Amália)de cada um de nós.
E claro que se mata por amor, ainda que seja um amor completamente doentio e possessivo. Há gente que não consegue suportar a separação, deixar de viver com o outro que ama...
Luís, julgo entender o que dizes e é assim que costuma ser designado.
EliminarMatar por não suportar a separação, por não poder "ter" quem ama, não é matar por amor, até porque daí nada de bom resulta para o objecto do amor. Mata-se por desrespeito pela liberdade individual, pelo sentimento de posse.
Fazer algo por amor tem de proporcionar algo de bom ao ser amado ou haver essa intenção.
Amor doentio não é amor :)
EliminarAmor é um querer bem sem fim, impossível querer mal a quem se ama. São distorções de personalidade
:) beijinhos
Isabel não estragues os romences de amor, que a Julieta e o Romeu zangam-se. :)
EliminarIsso dizes tu, Glória.
EliminarHá quem só ame assim, loucamente. :)
~~~
ResponderEliminarUm tema imenso...
Resumindo, tudo o que é saudável é excelente e tudo o que ultrapassa
os limites da sanidade é mórbido. Considerando o amor homossexual
normalíssimo e o amor platónico, uma fantasia estóica anormal.
~~~Bj~~~
Devia ser assim, mas isso era num mundo perfeito, Majo. :)
EliminarPenso que o amor é a roda que movimenta o mundo. Acredito que se dê a vida por amor, não acredito que ela se tire por amor. Penso que é uma distorção de sentimentos.
ResponderEliminarAbraço
Somos muito distorcidos, Elvira.
EliminarÉ por isso que destruímos muitas coisas onde tocamos (a natureza que o diga).