sexta-feira, junho 17, 2016

A Dificuldade em Fugir das Máquinas de Retratos dos Outros...


Numa cidade que é invadida diariamente por turistas, torna-se difícil fugir das muitas dúzias de máquinas fotográficas, que querem fixar Lisboa, de todas as formas e feitios.

Percebo perfeitamente que as pessoas não gostem de ser fotografadas por estranhos. Eu também costumo fugir com o rosto das objectivas que nos dizem olá.

Embora prefira fotografar lugares sem pessoas, de vez em quando também apanho alguns desconhecidos (fico com a sensação que há quem queira ficar mesmo na fotografia porque não deixa os sítios que quero fotografar...). Prefiro sempre que estejam numa posição que não sejam facilmente reconhecíveis, ou seja, que possam ser "qualquer pessoa", que estão ali apenas para compor a fotografia e não em pose.

Claro que de vez em quando as pessoas olham quando não devem e acabam por "estragar o boneco" (como foi o caso do homem que estava a fazer as palavras cruzadas neste banco de jardim...). Além de terem todo o direito de não achar piada, também acabam por fazer com que a fotografia seja outra coisa, distante da vontade inicial do retratista...

(Fotografia de Luís Eme)

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