Quando não gostamos de nós próprios, dificilmente gostamos dos outros...
Não sei se é também por isso que somos tão permissivos com os ditadores e revelamos tanto medo de ser livres, de fazer aquilo que realmente gostamos.
Nem me vou esforçar por perceber um país como os Estados Unidos ou os norte-americanos, que depois de nos últimos anos terem sido governados com alguma democracia e liberdade, podem recuar no tempo e eleger como presidente um individuo racista, homofóbico e lunático.
Nos filmes até pode parecer engraçado que num certo estado se viva em democracia e que mesmo ao lado, exista a pena de morte e os xerifes possam fazer a sua própria lei. Mas a realidade é outra coisa, daí que me pareçam absurdos os discursos contra as "coreias" e as "venezuelas" do mundo, para depois se esconder debaixo do tapete todo o "lixo" interno.
É por isso que penso que empurrar o assassínio brutal de mais de cinquenta pessoas, por um só individuo, apenas para cima do terrorismo, é esconder ainda mais coisas debaixo do tapete.
E se é verdade que o homem que matou e feriu tanta gente era frequentador habitual da discoteca gay de Orlando, ainda se levantam outras questões, como a não aceitação da própria tendência sexual, por se viver numa sociedade que continua a alimentar o ódio pelas minorias e pela diferença.
Continuo a pensar que quando não gostamos de nós próprios, dificilmente gostamos dos outros...
(Fotografia de Walter Sanders)
~~~
ResponderEliminarConcordo plenamente com os valores que defende e com as
acusações que faz, nesta crónica.
Éticamente, o mundo parece estar em fase de retrocesso.
É imprescindível que vozes como a sua não desanimem.
Abraço
É apenas uma constatação, Majo...
ResponderEliminarLuís, esta foto é fantástica.
ResponderEliminarTeoricamente, o que dizes na primeira frase parece fazer todo o sentido, assim como o desfiar da justificação.
Desculpa, mas pela forma como elencas a questão tenho a sensação de que felizmente fazes parte da maioria que nunca se confrontou com um assassino da pesada, que é reincidente, que pratica os crimes mais abjectos... É que há um conjunto mais vasto de variáveis, pelo que é inevitável persistir uma nebulosidade quanto a explicações e por isso ser necessário escavar em diversos 'terrenos'.
Felizmente, não, Isabel.
EliminarE claro que há mais variáveis, mas isto é um blogue. :)
Os últimos dias foram tão corridos que me atrasei com as visitas.
ResponderEliminarCasos como este deviam fazer-nos repensar naquilo que somos e no como desejaríamos ser no futuro. A humanidade parece dar um passo em frente e dois para trás. Acredito que a falta de amor, é a causa da maior parte dos problemas. Seja esse amor por nós, ou pelos outros. Mas às vezes interrogo-me: Será só isso? Ou a genética também tem a sua quota parte?
Um abraço
Nunca é só uma coisa, mas a ausência de amor deve ter o peso maior, Elvira...
Eliminar