As saudades que ela tinha da velha casa mesmo quase dentro da praia... Contava mil e uma aventuras, todas de Verão. Quem a escutasse ficava com a sensação de que aquela casa era desmontável, como qualquer tenda ou barraca de praia, apenas tinha vida no Verão.
Talvez só passasse as férias grandes na casa de família e não soubesse que ela também existia no Inverno. Ou então só queria falar do tempo de praia...
Mas existia. Às vezes passava mesmo a seu lado, bem agasalhado, quando o tio Zé se disfarçava de pescador e nós nos cruzávamos com o seu avô, velho lobo do mar, que gostava de contar muitas das suas aventuras, a quem o quisesse ouvir. Felizmente nós éramos dos que queríamos...
Agora por ali já não existiam casas, era só mar e dunas.
Eu não lhe disse, mas gostava muito mais destes tempos, sem praias privadas ou casas a tirarem a vista a quem gosta de olhar o Oceano.
O óleo é de Edward Hooper.
"Quem gosta de observar o Oceano"... Muito Bom! (eu gosto...)
ResponderEliminarTambém tenho uma "Velha Casa Rente ao Mar".
ResponderEliminarNem falo do Funchal, onde grande parte da costa é betão armado para servir (ou afastar) o turismo.
Beijinhos e boa semana
Mas a Madeira é diferente, não tem as praias de areia do Continente ou de Porto Santo, Rita. :)
EliminarEste texto lembra-me um filme que revi há dias: "The Shipping News", com a Judi Dench, a Julianne Moore e o Kevin Spacey.
ResponderEliminarO cinema é a vida, Deep.
Eliminarque texto delicioso...
ResponderEliminar:)
Que bom deliciares-te, Piedade. :)
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