Eram dois homens, já com netos, presos a uma fotografia, com mais de sessenta anos.
As duas crianças de fato de banho, apanhadas pela kodak a brincarem na praia da Trafaria quando esta ainda era uma estância balnear recomendada pelos médicos (a praia era menos agressiva que a Costa de Caparica, por ainda ser um pouco Tejo) e frequentada por famílias lisboetas e almadenses, que alugavam quartos ou partes de casa.
Ainda conheciam os nomes dos banheiros e dos nadadores salvadores, gente que não foi devorada pelo tempo e ainda permanece viva na memória daqueles homens de cabelos cinzentos.
Não têm muito para falar, quando olham para a Trafaria actual, tão gasta e abandonada.
É por isso que voltam às memórias, ao tio Bernardino, à tia Bárbara e a quem resolve aparecer na praia que foi destruída pelo "progresso".
O óleo é de Nikias Skapinakis.
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