segunda-feira, dezembro 15, 2025

As "percepções" e o uso e abuso da ignorância como armas políticas


Penso que nunca existiram governos tão mentirosos como estes dois últimos, chefiados por Montenegro. 

Desde os seus primeiros tempos que a AD governa segundo as percepções que mais lhe dão jeito, par reforçar a sua presença no Parlamento e ter cada vez mais força governamental. É por isso que vai criando narrativas, que mesmo que não encaixem na realidade, deixam muitos portugueses na dúvida.

Apesar do caos que se vive na saúde (recordes de urgências fechadas e de tempos de espera, nas mesmas urgências; cada vez mais utentes sem médico de família, etc), Montenegro tem a lata de dizer a todos nós que as "coisas estão melhor"...

O mesmo se passa em relação aos imigrantes, em que tem aproveitado a "boleia" do Chega, para criar a percepção que as pessoas que chegam de fora, com tonalidades de cor diferentes das nossas, são uns bandidos, quando todos sabemos que a sua maioria trabalha e contribui para o equilíbrio da nossa Segurança Social. Mais uma vez, a realidade é um bastante diferente. Afinal parece que os verdadeiros bandidos são os portugueses que além de os tratarem como escravos, oferecem-lhes condições de habitabilidade indignas para qualquer ser humano.

Se ainda existe alguém com dúvidas desta prática política, a reação do primeiro-ministro e do "ministro da propaganda" em relação à Greve Geral, diz tudo sobre a forma como o governo olha para a realidade. Leitão Amaro foi mesmo capaz de falar de uma adesão entre os 0 e os 10%. Tentaram desvalorizar este movimento grevista, dizendo que só teve algum significado no sector público, que o resto da país não parou, esteve sempre a trabalhar...

Haverá centenas de exemplos pelo país fora que desmentem o governo. Mas basta falarmos da fábrica que é usada como o nosso grande "sucesso empresarial no mundo", a Auto-Europa. Apesar de praticamente ter parado a sua produção, foi ignorada tanto pelos ministros como por alguma comunicação social...

Infelizmente, as coisas só têm tendência para piorar, pois a aposta continua a ser o uso e o abuso da ignorância das pessoas (à boa maneira salazarista), puxando-as cada vez mais para o que dizem as redes sociais e menos para o que se edita no verdadeiro jornalismo.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


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