quinta-feira, setembro 29, 2022

"Até já Setembro"


Apesar de estarmos há já algum tempo na "era digital", a minha vida continua rodeada de papéis.

Há meses que ando a deitar coisas fora, mas são sempre mais as que ficam que as que vão para o "papelão"... porque  me agarro à ideia parva, de que ainda vão ser uteis para qualquer coisa, um dia destes. 

Não é nenhum drama (para mim claro...), sei que a vida também se preenche de "inutilidades", que passam anos encaixotadas, até ao dia em que voltam a ser revisitadas...

Foi nestes papeis que descobri um pequeno texto com mais ou menos quarenta anos, em que me despedia de Setembro e de uma namorada de Verão (tive várias, como toda a gente, penso eu...). As minhas palavras não tinham nada de especial. Mas percebi que havia algum receio de entrar em Outubro (foi quase sempre o "mês das perdas"...). O texto não estava datado, mas era com toda a certeza do começo da década de oitenta do século passado.

E lá veio o pensamento das "outras vidas", que todos vivemos, porque quase que desconhecia o rapaz que escreveu aquele texto...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


6 comentários:

  1. Um 'retalho' da juventude em que a despedida da namorada de Verão e de Setembro, nunca foi enviada. Lá ficou, para mais tarde ser recordada. :)
    O "Atira-te ao Rio" ali está... a trazer-me também algumas recrdações. :))
    Um abraço.

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    1. Recordações que estão cada vez mais longínquas, Janita.

      O "atira-te ao rio" continua a convidar-nos para um mergulho no Tejo. :)

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  2. Pois é, cada um de nós já foi outro e assim sucessivamente!

    Abraço

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    1. Pois é, parece que já fomos muitos, Rosa. :)

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  3. Já me tem acontecido desfazer-me de alguma coisa, que não usei ou precisei durante anos, e que, depois de ter deitado fora, chega um dia em que me daria jeito. : )
    Essa esplanada, se fosse mais bem cuidada e tivesse cadeiras mais confortáveis, seria um lugar ideal para se passar uma ou duas horas.: ) O inconveniente seria que os clientes pediriam apenas um café e passariam ali horas. Comigo seria diferente. Sou uma boa cliente! : )

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    1. Se fosse mais cuidada não despertava o interesse dos turistas estrangeiros, quer gostam do rústico, Catarina. :)

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