Olho-as da janela ou da varanda das traseiras da minha casa, passam por mim dezenas de vezes, desde as de carreira, para o Barreiro, Montijo ou Seixal às mais pequenas de pesca, que se abrigam rente aos muros da Base Naval. Base de onde de longe a longe, saem as barcas mais cinzentas do Tejo, quase sempre para missões de apoio e socorro...
Também consigo olhar as barcas gigantes, que se fazem anunciar no adeus à Capital, com uma sirene de despedida, que enche as águas e chega às duas margens do Tejo.
Embora a minha varanda me ofereça, "muito Tejo, muito Tejo" está longe de ser o melhor miradouro do "melhor rio do mundo". Bons, bons são os do Jardim do Castelo e o da Casa da Cerca (o meu preferido e o do retrato...).
Aí sim, as barcas ganham toda a poesia que as caracteriza... E se forem veleiros e o vento deixar, até desfraldam as velas e avançam pelo estuário fora, a fingir que o Tejo é um Oceano, ao mesmo tempo que os homens do leme, fingem-se orgulhosos de serem "netos dos nossos navegadores"...
(Fotografia de Luís Eme - Tejo)
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