Descubro um país com menos escolhas e também com menos espaço para as diferenças.
Um país com mais "verdades absolutas", mesmo que a maior parte das vezes, não passem de deturpações da realidade.
Tal como aconteceu noutros tempos, em que a realidade era pintada diariamente com cinzentos, este país parece querer voltar atrás no tempo. Parece querer avivar os medos, como por exemplo, o medo das palavras.
E atrás deste medo, vêm outros medos, que tornam cada vez mais difícil perceber onde começa a ficção e acaba a realidade no país e nas nossas vidas.
Se um juiz pode ser escutado e perseguido durante três anos, apenas porque há alguém no ministério público que lhe quer colocar um autocolante de "corrupto" na testa, pode-se fazer quase tudo às nossas vidas.
Curiosamente (ou não), os políticos dos partidos e os governantes dos muitos poderes existentes, ficaram em silêncio.
Já nem sequer dizem a frase batida, que só cumprem quando lhes dá jeito: "à política o que é da política, à justiça o que é da justiça."
Infelizmente, é cada vez mais audível, o silêncio dos culpados...
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
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