sábado, outubro 04, 2025

Existe mesmo uma "idade da sabedoria"...


Lembrei-me de uma das conversas que tive com o Alberto, há já meia dúzia de anos, sobre o pequeno mundo cultural e associativo  de Almada. Foi quando ele me contou o bem que lhe sabia, dizer não, a alguns convites que recebia para participar em mesas redondas e quadradas, onde se falava de tudo e mais alguma coisa, sem que sobrasse ou se resolvesse coisa alguma.

Depois disse-me que eu estava quase a chegar à "idade da sabedoria" e que também iria começar a dizer não, cansado das tais conversas estéreis...

Não o levei muito a sério, limitei-me a sorrir. 

Meia dúzia de anos depois, não só sinto, como sei que ele estava certo. A partir dos sessenta, passamos a ter menos paciência para tais as conversas de circunstância e para as futilidades. Só continuamos nessa vidinha, se não tivermos nada de interessante para fazer, além de olharmos  para o nosso espelho favorito, que até é capaz de nos encolher a barriga e colocar mais cabelo na cabeça, apenas porque sim...

Se ainda tivermos vontade de fazer algumas coisas, começamos a ser mais selectivos, agarrando-nos ao que realmente nos interessa.

E às vezes, sabe tão bem dizer não...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


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