sábado, setembro 07, 2019

Quase ao Lado do Museu (do outro senhor...)


Utilizar os "uber's" como táxis oferece várias vantagens.

A mais saliente é percebermos que quase todos tiveram umas aulas de correspondência em qualquer escola francesa ou suiça, onde lhes ensinaram, que o cliente tem sempre razão.

A outra, não menos importante, é serem incapazes de falar connosco de uma forma mais calorosa e sonora, utilizando o discurso populista, que também dá alma aos donos de algumas barbearias, mercearias e drogarias, que continuam com os pincéis, as tesouras, as batatas, o papel higiénico, a potassa e a criolina, nos mesmos lugares de há cinquenta anos. 

É um alívio não nos tentarem vender a balela, de que no "tempo do outro senhor" é que era bom (sim esse, que lhe querem fazer um museu lá na terrinha, quase em jeito de homenagem...). 

(Fotografia de Luís Eme - Caramulo)

4 comentários:

  1. Sammy, o paquete07/09/19, 12:15

    É um defensor do comércio local. Claro que praticamente já não existem as velhas mercearias, as velhas drogarias, os velhos cafés. Agora predominam chineses, nepaleses, outras nacionalidades. Mas são um comércio de proximidade e se, a desoras, faltam cebolas para o refogado, é só dar um saltinho à rua.
    Uma das frutarias de chineses que frequenta, tem um empregado brasileiro. Rapaz simpático, educado, competente. Há dias mostrava-se para o triste. Estava a pensar sair da frutaria. Parvamente disse-lhe se a mudança era para melhor.
    «Pior é impossível», respondeu-lhe o jovem.
    Face aos taxistas que sempre tivemos, ver chegar outras alternativas, determinou que «pior seria impossível!»
    E assim é.
    Como tem uma grande incompatibilidade com carros, ao ponto de nem sequer ter carta de condução – não é frequentador de táxis. Prefere os outros transportes públicos. Como também não tem aplicações no telemóvel, ainda comprado numa loja de «300», necessitando de um táxi, os amigos com quem jantara, prontificaram-se em chamar um «Uber».
    Deu para ver a diferença. Demorou a chegar uns três minutos, disse boa-noite, registou a morada num GPS, tinha o rádio, em tom suave, ligad na «Smooth-Blues», não falou de futebol, de Salazar, de nada. Chegado ao destino, desejou-nos boa-noite e agradeceu termos usado os seus serviços.

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    1. Pois, quando pagamos, achamos que temos direito a não ser incomodados com as "tretas" dos outros, Sammy. :)

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  2. E os taxistas sempre que podem "metem a unha" sem contemplações. Talvez agora já pensem duas vezes.

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    1. Penso que sim, e devem ter mais cuidado com aparência, Severino.

      Não há nada como a concorrência para melhorar os serviços.

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