Aquela frase podia ser para mim, mas não era. Nem sabia muito bem o seu contexto, pois apanhei-a em andamento, no meio da rua.
Mas a mulher que a soltou, não estava nada animada, eu diria, pela forma como se expressou, que estaria entre a revolta e o desespero. Provavelmente teria razões para isso. Sem precisar de lhe pedir o bilhete de identidade (talvez daqueles que já não existem, vitalícios...), percebi que tinha ultrapassado os oitenta anos, há já algum tempo.
Continuei a andar, sem olhar para trás, mesmo assim a frase não me saiu da cabeça durante algum tempo. Imagino que quem tenha entre os oitenta e os noventa anos, tenha uma percepção do tempo, bastante diferente da minha, que sinta que a qualquer momento pode ser agarrada pela "morte".
Embora digam que a "inoportuna" não escolhe idades, a estatística é "menina" para nos dizer o contrário...
Embora digam que a "inoportuna" não escolhe idades, a estatística é "menina" para nos dizer o contrário...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Nem todos têm o privilégio de lá chegar com a lucidez suficiente para esse desabafo!
ResponderEliminarAbraço
Pois não, Rosa. :)
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