quinta-feira, junho 14, 2012

Memórias Femininas com Menos Inquietações


Sei que já há algum tempo que não deixo por aqui a ponta de qualquer conversa. Mas hoje tem de ser...

Nunca tinha pensado que as mulheres vivem melhor com as suas memórias que nós homens. Foi a Rita quem mo disse. Comecei por duvidar, mas depois  aceitei, tais foram os seus argumentos...

Começou por me dizer que são poucas as viúvas que voltam a casar, ao contrário dos homens. Explicou-me que não se tratava apenas da sua capacidade de sobrevivência e de independência. 

Quando ela me disse que as mulheres adormeciam e acordavam com as suas memórias, sem quaisquer sobressaltos, fiquei agarrado às suas palavras.

Lembrei-me de duas ou três mulheres, agora sós, inclusive a minha mãe, para quem os seus mundos se resumiam a um único homem. 

Parece que sim, Rita, as suas memórias são tão fortes que vencem todas as batalhas da solidão...

O óleo é de Paul Robert Turner.

12 comentários:

  1. Pois, aqui vou ser mais uma vez do contra (mas vou contrariar a Rita, que não conheço) e por ter passado por isso. Não convivo bem com as minhas memórias, continua a haver um lugar escuro em mim, ao qual tento evitar ir, uma ferida que nunca vai sarar, estou grata pelo que vivi de bom e não quero esquecer nada, nem o bom, nem o mau, porque se perdi tanto, não quero perder mais nada. Agora adormecer e acordar com essas memórias, sem sobressaltos, nunca!
    E as memórias só poderão vencer as batalhas da solidão, se se pensar que a dor em alguns momentos pode ser tão avassaladora que não deixa espaço para a solidão.

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  2. Nunca tinha pensado nisso mas se calhar faz sentido. Para o bem e para o mal há memórias de sobra.

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  3. É bem verdade! A minha mãe ficou viúva com 42 anos e ficou sempre sozinha. Já a mãe dela, a minha avó espanhola, "enterrou" três homens... e ainda viveu 20 anos viúva... Era de força!

    As suas reflexões são sempre muito completas, muito concretas, muito bem postas. Gosto!

    Beijinho

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  4. Há tempos ouvi uma senhora viúva contar que sempre dormia com o pé dela encostado ao do marido.
    Tinha ficado viúva havia 15 anos e dizia-me ela que quando se s deitava e punha o pé no sítio onde o marido costumava ter as memórias eram tão fortes que adormecia com a sensação de que ele lá estava.
    Um abraço

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  5. Também concordo! Todos os dias a minha mãe fala do meu pai como se estivesse vivo e já lá vão quase 5 anos... :(

    Beijinho Luís

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  6. é bom seres do contra, Gábi.

    dizeres o que pensas. :)

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  7. eu também nunca tinha pensado no assunto, antes desta conversa, Luisa...

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  8. quando pensei na minha mãe, Graça, também achei que sim.

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  9. outro bom exemplo, o teu, Margarida.

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  10. não concordo, nem todos conseguem viver em paz com as suas memórias, mas é uma opinião mina.

    como sempre gostei do teu texto.

    um bom fim de semana.

    um beij

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  11. claro, Piedade.

    mas também falava mais de boas memórias...

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