Dinis Machado, despediu-se de nós...
Conhecemos-nos através do jornalismo, tornámos-nos amigos graças aos livros...
Era um verdadeiro lisboeta, generoso, simples, mas com muita pinta...
Escolhi uma passagem deliciosa da sua obra mais emblemática, "O Que Diz Molero", para o homenagear, como grande homem de letras que foi e será:
[...] «Eu, Molero, poseur, ignorante e cabotino, falso íntimo de profundidades várias e outros abismos, correndo há milhares de anos atrás da minha veia caótica, fazendo agulha para os descampados das aferições mais ou menos compartimentadas, distribuindo de passagem lantejoulas literárias em segunda mão, confesso muitas vezes dar comigo, em certas manhãs suspensas, sentado num banco de jardim, vendo as crianças correndo alegremente para a escola, desenhando no ar os gestos da minha antiquíssima imagem, e confesso este espanto, este perfume, esta luz sobre os telhados, esta ave e este céu, este riso e esta cor, este jogo do agarra, estas mãos que tudo querem, esta estampa na sacola, este grito de alegria, esta troca de pedrinhas, este saltitar à chuva, esta água de brincar deste chafariz que canta, este bibe, esta violeta, esta mulher que vai ali, esta mulher que eu amo tanto, este filho que eu lhe dava, este coração que quero, este mundo que começa, este sol que é o primeiro, esta nuvem que se forma, este som que desagua, este sonho que se afasta.» [...]
Foi um livro que marcou quem o leu, na época. Em 1977 "o que diz Molero" serviu para "abrir" mentalidades...
ResponderEliminar(ai, como já sou antiga...)
Perdemos o Dinis Machado, fica a obra, curta, do Dinis Machado.
Beijinho, Luís
Gosto tanto do livro "O que diz Molero". Faz-nos falta já o Dinis Machado...
ResponderEliminarUm abraço Luís.
Calculei que o fosses homenagear aqui.
ResponderEliminarBjs
Sim Luís, a escrita do Dinis Machado, em "O que Diz Molero", tinha magia.
ResponderEliminarDeve ter sido um dos livros mais lidos da nossa literatura. O meu, por exemplo, foi lido por quase todas as minhas amigas da adolescência.
Não deve ter sido o mais vendido, porque ele não é do tempo dos livros comprados para a prateleira, dos Saramagos e Lobo Antunes, do novo riquismo.
Deve ter sido uma pessoa fascinante.
beijinho
também o abraço, na palavra e no teu abraço, Luís.
ResponderEliminarprofundo amante/conhecedor de uma Lisboa na sua essência de mulher...
Obrigado, Luís.
maré
Obrigada, Luís ...
ResponderEliminardeixo-te um beijo (até ao Natal)
iv*
Só agora reparei. Onde se pode saborear esse café, assim diferente ?
ResponderEliminarAguardo ...
:))
iv*
OLÁ
ResponderEliminarHOJE TRAGO UMA NOVIDADE.
Se estiver interessado em ter um livro de borla, vá ao blog da minha sobrinha que ela está à espera de inscrições de pessoas interessadas em 2 livros que ela vai sortear no dia do seu aniversário:
Sorteio de livros
Olá!! Está quase aí o meu aniversário, é já dia 10 de Outubro que faço 26 aninhos. Como tal, apeteceu-me sortear 2 livros aqui no meu cantinho. Aos interessados basta deixar aqui comentário a dizer qual livro é que gostaria de ganhar (ou ambos). Não é necessário ter um blog!
Dia 10 direi os vencedores!
Boa sorte!
http://pikenatonta.blogspot.com/
é um livro extraordinário, de um homem que não quis ser outra coisa, senão um homem, Maria...
ResponderEliminarpois faz, Graça...
ResponderEliminartornava a vida mais simples...
ele merece, Rute, por esconder a genialidade com a sua simplicidade...
ResponderEliminaracho que sim, "O Que Diz Molero", deve ser dos livros mais lidos no nosso país, por ser mágico, poder andar de mão em mão, sem se chatear, Alice...
ResponderEliminarsem dúvida, Maré, ele conhecia como poucos a Lisboa-Mulher/Menina...
ResponderEliminartenho um aqui à tua espera, Isabel...
ResponderEliminara Pikena é uma querida, Tulipa...
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