e ao anoitecer
E ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão
deixas viver sobre a pele uma criança de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência o amor o abandono das palavras
o silêncio
e a difícil arte da melancolia
O poema é de Al Berto, a fotografia de Mário Cabrita Gil, o dia é de aniversário, sessenta anos...
Voou cedo demais........
ResponderEliminarUm abraço
Há poetas, cantores, Arys, Adrianos, Zecas, M.Viegas, Al Bertos e outros tantos pássaros, que têm esta mania de escrever, cantar, dizer umas coisas e ala que se faz tarde!...
ResponderEliminarGanham antecipadamente a eternidade e deixam-nos a gerir mal e porcamente os nós na garganta...
"A eternidade é uma permanência da força que está dentro de nós".
ResponderEliminarEle sabia....
Beijitos, Luís
nem sei dizer o quanto me é tocante o Al BERTO.
ResponderEliminar(posso ser "indiscreta"? a escolha pela hora tardia é uma "exclusão do piano"?
:)
________________
poema tão lindo... não conhecia.
ResponderEliminarpelo comentário da Maria, percebi que já não está entre nós...
mas deixou a fragância de um amor sem palavras.
aquele beijo Luis
Al Berto o poeta que mais li, o poeta que mais estudei, o poeta que ainda hoje vive dentro de mim
ResponderEliminarpartiu muito cedo, partiu sem eu o ter descoberto por inteiro.
não foi nos bancos da escola ou do instituto que o conheci, foi nas tertúlias onde a poesia era a forma de se saber estar
li tudo o consegui de Al Berto e ainda hoje tenho na minha mesinha de cabeceira o Medo, é uma espécie de bíblia, um permanente alimento e inspiração
nasceu em 11 de Janeiro de 1948
"Sinto-me como se tivesse cegado por excesso de olhar o mundo", «O Medo»
Al Berto morre em Lisboa a 13 de Junho de 1997.
sinto falta da continuação da sua poesia...
obrigada por o recordares.
o meu abraço onde o carinho mora
beijinhos
lena
"o amor aumenta com o amarelecimento do linho
ResponderEliminarmaior quietude rodeia agora a casa lunar
soçobram do fundo dos espelhos submersos os instrumentos
de muitos e delicados trabalhos
repousam sobre a erva para sempre
só o desejo dalguma eternidade despertaria o terno arado
mas a vida tropeça nos húmidos orgãos da terra
as selvagens flores afligir-te-ão o olhar
por isso inventaremos o necessário ciclo do outono
a noite dilata a viagem
pressentimos a nervosa luta dos corpos contra a velhice
mas nada há a fazer
resta-nos descer com as raízes do castanheiro
até onde se ramificam as primeiras águas e se refaz o desejo
as bocas erguem-se
procuram um rápido beijo no éter da casa"
(Al Berto in "Trabalhos do Olhar", Tentativas para um Regresso à Terra)
Deixou-nos muito cedo, mas deixou uma obra ímpar...
Grata pela partilha.
Um abraço carinhoso ;)
então o luís fez anos e não disse nada? ou eu entendi mal? só posso ter entendido mal porque ninguém lhe dá os parabéns... agradeço que diga qualquer coisa. um beijo.
ResponderEliminarfoi o alberto, já entendi. claro, o nosso capricorniano mais tudo das letras :) já passaram sessenta anos? é incrível! gostei que tivesse aqui celebrado o seu nascimento. eu já o havia lembrado dez anos após a sua morte. mas assim é que é bem :)
ResponderEliminarFoi muito bom, Luís, teres recordado Al Berto. Às vezes surpreendo-me com as memórias que cá trazes.
ResponderEliminarGrande abraço.
Obrigada por recordares Al Berto. Ele que deixou sempre "viver sobre a pele uma criança de lume".
ResponderEliminarUm abraço.
partiu mas o seu espírito ficou na palavra, no amor, no sonho,na paixão, na saudade, num tempo em que tudo acontece. A noite é mágica, fabulosa, fantástica...
ResponderEliminardo quarto da lua
abracinho
*
,
*
Pois voou, Maria...
ResponderEliminare logo ele, que não deixava que lhe cortassem as asas...
Pois deixam, Samuel.
ResponderEliminarMas acho que se tornam mais difíceis de silenciar.
E as suas obras costumam ganhar com isso, pois têm uma divulgação maior (pelo menos quando há talento, coisa que não falta, a todos os que inumeraste...)
Pois sabia, Oris...
ResponderEliminarEle deixou-nos coisas fabulosas, Isabel.
ResponderEliminarEle tem uma obra poética especial, Manuela...
ResponderEliminarAcho que vais gostar...
Obrigado pelas tuas palavras, complementares e amoráveis, Lena.
ResponderEliminarAdorei o poema "Rosa Brava"...
ResponderEliminarClaro, foi o Al Berto que fez anos, e deve ter gostado da festa que lhe fizemos aqui, Alice...
ResponderEliminarEste Largo adora surpreender, Berta-Helena, mas nem sempre é possível...
ResponderEliminarPois deixou, Graça...
ResponderEliminarFicou e deu alguma luz à escuridão (tal como tu...), Maria Luar.
ResponderEliminaras minhas fotos... guizo-agenda2008.blogspot.com
ResponderEliminar