quarta-feira, maio 14, 2025

O medo, entre a "percepção" e a "realidade"...


As ruas da "percepção" e da "realidade", ficam quase sempre ao lado uma da outra.

Quase todos contribuímos para se faça alguma confusão entre as duas, especialmente os políticos do lado direito, que sentem saudades de um estado mais repressivo. E claro, as polícias, que têm sempre alguma dificuldade em fazer cumprir a lei nos regimes democráticos, onde não se pode, nem deve, "bater" apenas porque sim.

Falámos disso ontem. A conversa foi alimentada por alguns de nós sentirmos que o "medo", continua a crescer, quase todos os dias, à nossa volta. 

As guerras que matam gentes de todas as idades, diariamente, devem ter alguma influência, mesmo que nós não nos apercebamos bem destas "percepções" (todos achámos que sim).

O curioso foi na viagem de regresso a casa, de metro, ter reparado em três indivíduos orientais, que entraram na Alameda, com mochilas grandes (deviam ter chegado há pouco tempo...), além de falarem as suas línguas estranhas, olharem para quem os rodeava, com desconfiança. Eu sei que é difícil olhar de outra forma, para um mundo que nos trata como cidadãos de segunda ou terceira, que nos gosta de apontar o dedo, mas...

Aquela reacção fez com que recordasse uma boa parte dos ciganos que fui conhecendo ao longo da minha vida. Eles tinham como sua principal defesa, fazerem-nos sentir medo, pensarmos que eles eram capazes de fazer as coisas horríveis que nos ameaçavam, aqui e ali.

Pois é, temos quase sempre "medo" do que é diferente de nós. E quanto mais "fechados" e "nacionalistas" formos, pior...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


5 comentários:

  1. Infelizmente os nacionalismo estão a renascer por toda a Europa.
    Foi assim que surgiu a 2a Guerra Mundial, só que já temos guerra quase à nossa porta, para não falar de Gaza, esse horror.

    Abraço

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    1. A própria televisão alimenta este "medo", Rosa.

      Isto está a ficar demasiado perigoso, graças aos exemplos de Putin ou Trump, que já têm idade para ter juízo e poderiam usar o poder que têm para além dos seus umbigos.

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  2. Onde é que tiraste esta fotografia, Luís?

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    1. Entre o Bairro Alto e São Bento, "Uma Maria" (quando se caminha pela Travessa da Queimada e se continua para baixo...). Não sei o nome da rua...

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  3. É muito boa. Parece-me que conheço o sítio....

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