sábado, junho 20, 2020

«Morre-se muito por amor...»


Não sou muito apreciador de frases curtas e enigmáticas. 

Embora nunca tenha experimentado, tenho a sensação de que não deveria ser bom em jogos como o "policiário", talvez por ser demasiado distraído.

Ela perguntou-me se estava tudo bem e depois quis saber se eu tinha visto as notícias. Disse que não. Raramente a televisão se liga à hora de almoço cá por casa, e rádio, quase que só a ouço no carro...

E depois disse-me: «Morre-se muito por amor...» Eu respondi-lhe com um lugar-comum deslavado, dizendo que para o ano ainda se morre mais...

Depois soube que o actor Pedro Lima tinha aparecido morto numa das praias de Cascais. Embora nunca tivéssemos falado, cruzei-me com ele duas ou três vezes, em Almada, quando ele participou numa das peças da companhia residente. Percebi que ele não era uma daquelas "vedetas"  que correm todos os corredores de supermercado, para verem se reparam nelas, preferia a descrição. Mas não posso, nem devo dizer mais nada... a não ser que era um bom actor (reparei nisso em duas ou três peças de teatro...).

Um dia destes ficarei a saber  o porquê da frase que misturou a morte com o amor, um clássico que é anterior ao "Romeu e Julieta" e pratica-se um pouco por todo o lado...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

6 comentários:

  1. Eu não sou de acompanhar e seguir o percurso dos famosos, por isso pouco conheço desta actor. Mas quem o seguia nas redes sociais, afirma que ele era alegre, transmitia motivação e que não tinha motivos para desistir da vida!
    Mas é a tal coisa, nem tudo o que parece é!

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    1. Pois, dizes tudo no fim, Micaela. Nem tudo o que parece é...

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  2. Há quem se canse de viver todos os dias!

    Abraço

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    1. Todos nos cansamos, Rosa.

      Só que para alguns, torna-se insuportável, viver... E nem sempre reparamos.

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  3. Sammy, o paquete21/06/20, 16:50


    Pois morre-se de tanta coisa, até de amor como o King Kong, no último andar do Empire State Building, segundo palavras do Eduardo.
    Fragmentos que também falam de que não é fácil viver se viver não se quer fácil.
    Não conhecia Pedro de Lima, nem de nome. O Luís diz-me que era um bom actor e sei agora que estaremos mais sós quando olhamos os nossos governantes preocupados com o pontapé na bola e percebemos que para as gentes da cultura, do espectáculo só irão existir fogachos que não darão para nada. Esta gente precisa de trabalho não de esmolas.
    A esta primeira perturbação seguir-se-ão outras e, perante a indiferença geral, sabemos depois que também somos nós que estamos a morrer.
    Recomeçar como?

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    1. Pois sabemos, Sammy. Morremos um pouco todos os dias... e agora com mais alguma velocidade.

      Apesar deste Sol de Verão, está tudo cheio de nuvens escuras à nossa volta. O Costa e o Marcelo fingem que não as vêem e querem que façamos o mesmo...

      Por quanto tempo?

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