sábado, setembro 10, 2011

O Querer Ser Alguém, o Querer ser Alguma Coisa...


Quando somos crianças, queremos ser tudo, ainda não conseguimos dividir muito bem as linhas que separam o possível do impossível, o que é óptimo, diga-se de passagem. Queremos ser isto e aquilo muito pelo que nos vai acontecendo e pela forma como nos mostram o mundo. Nos tempos de glória Eusébio (tal como hoje nos de Cristiano Ronaldo...), era fácil querermos ser craques de futebol, tal como quando o Armstrong pisou a Lua, todos falarmos em ser astronautas.

A proximidade também faz milagres, se formos vizinhos de um bombeiro, daqueles que correm para o quartel assim que soa a sirene (algo que desapareceu com o profissionalismo desta função humanitária...) e os vemos pendurados nos carros que circulam a alta velocidade dentro e fora das cidades, pelo menos nesse dia queremos andar por aí a apagar fogos e a salvar vidas. O mesmo se passa com o polícia que prendeu um ladrão perigoso. Por um dia, queremos prender todos os bandidos deste mundo.

Na adolescência as coisas começam a mudar, quando tudo nos é possível, alguns sonhos tornam-se aparentemente realidade. É nesta altura que fazemos parte de bandas de música barulhenta, mesmo sem termos grandes noções técnicas da coisa. Queremos ser alguém (não é de hoje o desejo de sermos famosos, deve ser de sempre...), queremos sair da mediania, mudar para uma cidade grande se vivemos num sitio pequeno, viajar para uma das várias capitais do mundo se já vivemos num grande centro urbano.

Na idade adulta, continuamos a abraçar os sonhos, a querer ser isto e aquilo. Mesmo que a vida nos empurre para lugares distantes, mantemos sempre o sonho secreto de um dia sermos isto ou aquilo... mesmo que ele se vá afastando cada vez mais de nós.

É por isso que penso que enquanto conseguirmos alimentar a ilusão que a sorte também pode cair do céu, como a chuva, será sempre mais fácil sorrir para o mundo que nos cerca.

O óleo é de Jenness Cortez.

8 comentários:

  1. Sou absolutamente defensora desta cultura de que falas. No nosso "quintal", até morrer, devemos cultivar sonhos, possíveis e impossíveis, para nos mantermos felizes, com auto-estima e com a certeza de que ainda vale a pena viver por esse hipotético sonho que só com uma boa dose de sorte se concretizará. A vida, assim, estará sempre pintada de várias cores.
    Mal daqueles que, um dia, ousaram parar de sonhar. Muitas vezes, o excesso de lucidez,traz a infelicidade.

    Beijinhos

    Bem-hajas!

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  2. Quando meu filho tinha 3 anos dizia que queria ser Papa. E levou quase um ano nisto o que muito nos admirava porque não é um sonho comum. Depois começou a crescer e talvez influenciado pelo pai queria ser fuzileiro. Este desejo manteve-se e abandonou os estudos para ir para a Marinha. Pois não teve sorte, Calhou-lhe ir para os submarinos. Torpedeiro detector. Ele detestou e ao fim do tempo obrigatório para quem era voluntário, abandonou.
    Falo dele porque nunca me lembro de ter desejado ser qualquer coisa quando era miúda. Quem nunca teve nada, nem conhece nada, não tem como ter desejos.
    Depois mais velha sim vieram os sonhos, mas as décadas foram passando umas atrás das outras e hoje já começo a arrumá-los na gaveta da memória.
    Um abraço e bom fim de semana

    P.S.
    Vou confessar-lhe uma coisa. Não apareci no seu blogue por acaso.
    Foi a minha amiga Isamar que me indicou alguns blogues, que me podiam ensinar alguma coisa, já que ela conhece o meu desejo de estar sempre a aprender.

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  3. Eu sou da opinião que somos responsáveis pelo curso das nossas vidas, pelo menos na sua maior parte.
    O que não me impede de projcetar e de sonhar.
    Beijos.

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  4. sem dúvida, Isamar.

    nunca devemos desistir de viver e de sonhar.

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  5. importante é a gaveta continuar aberta, Elvira, para os "sonhos" entrarem e sairem. :)

    PS: é um prazer ter uma leitora tão atenta.

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  6. claro que não, a vida é isso, Filoxera.

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  7. O sonho comanda a vida...

    Que belos óleos - sempre!

    Bom domingo.

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  8. e ainda bem.

    bom domingo, Carol.

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