Enquanto ouvia os elementos da mesa a falarem sobre Educação e Cultura, fui fazendo algumas caricaturas, com palavras, ao mesmo tempo que me confrontava com a minha experiência pessoal - negativa - sobre a relação das nossas escolas com a cultura.
Nunca percebi porque razão a maior parte das instituições escolares são estruturas fechadas, que se acham sempre num patamar superior ao da própria sociedade.
O facto de saber que há professores da secundária, que se acham mais importantes que alguns catedráticos, e, que é por isso que não se preocupam sequer com a palavra "inclusão", muito menos com os alunos com mau comportamento e aproveitamento escolar, não abona nada em favor.
Claro que isto não é um elogio aos académicos (Consegui ir buscar um apontamento que escrevi sobre um destes professores doutores, incapaz de tirar uma dúvida que fosse a um aluno nos bancos da universidade, dizia que estava escrito no livro, era só procurar. Escrevi assim: «Os Académicos são giros, circulam em circulos, com espelhos debaixo dos pés, para espreitarem o umbigo. De vez em quanto espreitam o mundo e os alunos, para ver se ainda lá estão...»).
Acho (não acho, sei...) que os nossos professores, de uma forma geral, e até o nosso modelo de ensino, não têm uma boa relação com a cultura. Claro que se tivermos a sorte de ter um educador que tem uma paixão louca pela poesia ou pela pintura, corremos o risco de aprender umas coisas interessantes, que nem sequer fazem parte do programa...
É por isso que não tenho qualquer orgulho de dizer que, quase tudo o que sei sobre as artes e letras, não me foi ensinado na escola (tenho pena...).
Quando será, que a Cultura e a Educação, irão resolver dar as mãos e tornarem-se grandes amigas, neste pequeno país?
Escrevi este texto poucos minutos depois de assistir a um "netshop" (lindo palavrão...), do V Campus Euroamericano de Cooperação Cultural, em Almada. Pode estar um pouco confuso, porque eu próprio continuo confuso e ainda tinha tanto a dizer sobre a Educação e a Cultura... (a pintura que ilustra o texto é de João Antas)
E será que os nossos governantes estão interessados em que os portugueses sejam cultos?
ResponderEliminarJá viste o perigo que pode ser um dia o povo acordar e perceber que finalmente chegou o dia em que o grito tem que sair?
Se os nossos governantes não se preocupam muito com o alimento do corpo, como se vão eles preocupar com o alimento do espírito?
Beijo, Luís
Quando fecham hospitais,diminuem a qualidade do ensino,quando estes dois pilares são os principais baluartes de desenvolvimento para uma melhor qualide de vida,muito pouco nos resta.
ResponderEliminarVotos de um óptimo fim-de-semana
Bjs Zita
Há muita gente a ensinar sem ter a menor intuição do que deve ser um verdadeiro professor.
ResponderEliminarTem andado a cultivar-se o facilitismo e este é inimigo da qualidade.
Diz-se que se acabou com o analfabetismo mas muitos estudantes universitários ainda têm dificuldade em interpretar o que são obrigados a ler. Para além dessa obrigação, a maioria simplesmente confessa que não lê quase nada.
E quem consegue incutir hábitos de leitura na rapaziada de hoje?
Boa questão Maria.
ResponderEliminarParece que a cultura (aliás, um povo culto) assusta mesmo os políticos, talvez porque eles saibam que um povo culto é um povo livre.
A saúde e educação deveriam ser um direito de todos nós, assim como o acesso à cultura...
ResponderEliminarMas parece que já eram, Zita.
Tens toda a razão Sininho.
ResponderEliminarQuando as coisas se transformam em negócio (o caso da Independente é um bom exemplo), o dinheiro fala sempre mais alto que a qualidade...
caro luís, percebo que não devo ausentar-me tanto das minhas visitas ao seu largo, porque muito me enriquece ler o que escreve. há porventura alguma diferença entre educação e cultura? deveriam, a meu ver, ser uma e a mesma coisa...
ResponderEliminarum grande beijinho.
Pois deviam Alice, mas o nosso país é muito especial e é por issso que a educação e a cultura ainda não são para todos.
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