Eu sei que não damos o mesmo uso às memórias.
Há quem as esconda num baú e tente fugir-lhes para todo o sempre, mesmo que isso seja uma impossibilidade. E há quem conviva diariamente com elas, como é o meu caso. Quando se faz trabalho de investigação, acabamos por andar sempre metidos dentro das memórias, nossas e dos outros.
É também por isso que sei que é normal sermos selectivos, guardarmos os melhores bocados das nossas vidas nos "bolsos" mais à mão. Como diz o Fernando, precisamos sobretudo dessas memórias, para nos aguentarmos e mantermos-nos à tona da vida...
Os melhores alimentos para esta "memória intemporal" são as imagens e os objectos que de vez enquanto nos aparecem à frente. Não há nada como uma fotografia ou um pequeno instrumento, ou artefacto, para nos levarem de viagem por lugares e gentes...
Eu por exemplo, ao olhar uma das mulheres deste quadro, lembrei-me que não havia casa do antigamente que não tivesse uma bilha de barro, para manter a água fresca...
(Óleo de Santiago Rusinol)
Agora que olhei o quadro para me lembrar de “memórias” (tal como o Luis), também os meus avós tinham bilhas destas; e a cadeiras encostadas à parede e até me recordo de uma cadeira de baloiço que estava numa salinha onde eu gostava de me sentar quando era garota e uma vez tal balancei que quase fui projetada para a frente! Para trás não porque estava perto de uma parede. As paredes eram caiadas. Ninguém usava saias compridas. : )
ResponderEliminarSim, muitas marcas que ficaram da infância, Catarina. :)
Eliminar(sim, as saias compridas eram uma "marca" das ciganas)
A minha vida e a minha cabeça, estão cheias de memórias Luís.
ResponderEliminarAbraço
Isso chama-se vida, Elvira. :)
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