segunda-feira, dezembro 07, 2009

O Animal Político

Mário Soares fez hoje oitenta e cinco anos.

Embora nunca tenha feito parte do núcleo restrito dos meus políticos de eleição, reconheço que é uma figura incontornável da democracia portuguesa.
Ao ler a sua entrevista de hoje no "I", percebi que continua com uma grande vitalidade intelectual. E a não perdoar quem o confronta (conheço algumas vítimas...). Manuel Alegre é o último caso...
Andava a deitar fora alguns papeis quando deparei com uma frase de António Barreto, publicada no "Público" de 31 de Agosto de 1997, que é um bom espelho, apesar de incompleto:
«Estar no sitio certo é, muitas vezes, melhor que ter a força necessária. A sorte é mãe de quem se põe a jeito. Nisso Soares foi mestre. Escolheu os seus tempos e os seus sítios com notável intuição.»

7 comentários:

  1. Também para mim este político não me "encanta" mas a frase diz tudo, concordo.

    Beijos, Luís M.

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  2. Parabêns a este lobo da política.
    Embora, em muitas situações, esteja em pleno desacordo com ele, reconheço-lhe características de dinossauro

    ____
    beijos Luís

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  3. há uma frase engraçada que com frequência se diz aqui no norte, sobre este senhor, ora vê se conheces: a diferença entre deus e mário soares é que deus está em toda a parte e o mário já esteve!

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  4. é verdade, foi suficiente esperto para apanhar a boleia do tempo, M. Maria Maio...

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  5. sim, é um lutador por excelência, Maré, quase dinossauro...

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  6. já conhecia, a frase diz tudo sobre Soares, Alice...

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  7. Não percebo como podem as vítimas que já fez dentro da sua área política e até das amizades abonar de alguma forma. Como é jornalista saberá quem são elas. Soares tem deixado que o seu desmesurado ego o venham a decompor há muito tempo. O seu umbigo tem-lhe toldado o espírito e a outra imagem que deve estar para além do político. Se houve figuras que me desiludiram, enquanto pessoa, Mário Soares foi uma delas, mas digo isto com lamento, não com acrimónia, porque é sempre uma perda.

    Mário Soares já não existe. Existe a memória que temos dele. Há pessoas que não sabem envelhecer. Quem me dera que ele tivesse outra elevação: eu andei com ele na lapela já antes do 25 de Abril, numa altura em que Adriano Moreira representava o oposto, hoje, olho e ouço o Professor e tenho pena que Soares esteja a fazer na tercera idade um percurso inverso.

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