terça-feira, outubro 08, 2019

Esta Coisa de "Roubar Rostos" nas Ruas...


A minha sorte é que a maior parte dos "rostos que roubo" são de países distantes, tanto no Ginjal (foto) como na Capital.

Mas durante muito tempo não tirava fotografias a pessoas. Chegava a estar minutos à espera que as pessoas resolvessem dar "corda aos sapatos" para me deixarem a paisagem limpa de humanos.

Depois percebi que esse era um negócio quase impossível e que os humanos faziam parte das geografias das cidades. Comecei a dar preferência às pessoas de costas e de lado (pessoas que podiam ser outras, pois só eram identificáveis pelas roupas...). De vez em quando as pessoas viravam-se e ficavam com o rosto nas minhas fotografias.... Isso fez com que a partir de certa altura deixasse de me preocupar (as pessoas hoje "roubam" todas as paisagens...) muitas percebem que estão a ser fotografadas, outras nem por isso, mas nunca nenhuma me importunou. 

Até que na passada sexta-feira, no começo do Campo Grande, estava parado nos sinais e tirei uma fotografia à estátua (continuo a fotografar tudo o que são estátuas, manias...), com a paisagem humana que por ali estava. Um dos fulanos, de bicicleta, aproximou-se e começou a disparatar comigo que não podia fazer aquilo, tirara fotografias às pessoas sem lhe pedir autorização, etc. Informei-o que tinha tirado uma fotografia à estátua e que não me era possível tirar as pessoas da rua... Ele insistiu e eu acabei a conversa com um "chame as polícia", e virei-lhe costas.

Mas depois lembrei-me que lhe devia ter dito que ele era demasiado feio, para ficar nas minhas fotografias (eu sei que não devia, só ia aumentar a fúria do fulano)...

Mas não me admiro nada, que neste tempo de "falsas liberdades", a gente que deixa que lhe vigiem todos os passos (através dos telemóveis, cartões de débito, facturas, etc),  comecem a andar nas ruas com folhas de "papel selado" e a empunhar cartazes "não quero ficar na fotografia"...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)

2 comentários:

  1. Eu continuo a preferir a paisagem mas, em certos contextos, é bem difícil não apanhar rostos, pernas, braços, etc. :)

    Abraço

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