segunda-feira, fevereiro 28, 2011

O Insustentável Peso da Crise

Passei lá na sexta-feira, já não havia quase nada, para além das paredes brancas, uma mesa e uma cadeira, que já faziam parte da mobília quando a equipa resolveu vir para a Capital.
Desta vez não falámos da mudança forçada, desviámos a conversa para o cinema, preferimos conversar sobre os filmes que não vimos, por causa do Óscar estar à porta.
Antes sim, debruçámo-nos sobre o assunto e todos estávamos conscientes que não foi apenas a crise a ditar a mudança. Foi sobretudo a falta de ética e de honestidade de todos aqueles que encomendam trabalhos e depois quando surge a hora de se "chegarem à frente", dizem que não têm dinheiro para pagar. Gente que não paga o que deve, mas anda a pavonear-se pelas ruas ao volante de mercedes e bmw, topos de gama, e veste fatos do armani.
As encomendas também foram descendo, porque não se podia continuar a trabalhar sem garantias financeiras, nem ir na cantiga de uma estação de televisão que tinha o hábito de só pagar se os trabalhos que iam para o ar.
A produtora vai voltar à "primeira casa", à garagem dos pais da Teresa. Vai fazer das tripas coração para manter o nome limpo, mas apenas fica com um funcionário a tempo inteiro.
A equipa mantém-se unida, embora o "trio maravilha" passe a trabalhar à peça.
O menos giro da coisa é saberem que o dinheiro que lhes devem dava para pagar cinco anos de renda, mais a água, luz e comunicações.
Como a justiça funciona entre nós, provavelmente metade do dinheiro irá evaporar-se com o tempo e com as falências, sempre úteis...
O óleo é de Cristopher Stott
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4 comentários:

  1. a crise serve de argumento para a falta de cumprimento a tudo.
    e se ela, em alguns casos, até é culpada, em muitos, muitíssimos, não é mais do que uma imensa falta de vergonha de pseudo-empresários gulosos e sacanas.

    o Zeca está sempre tão actual...
    " eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada"

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    um grande beijo querido Luís

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  2. sim, a crise sempre deu jeito a muita gente, que gostava de ser boa, Maré.

    e sim, são uns comilões, mas deixam cá tudo, quando partirem.

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  3. Tristes tempos que atravessamos mas resta-nos a esperança que o amanhã vai ser melhor.
    Mas acredite que é possivel renascer da cinzas, e mesmo remando contra a maré muitas vezes está tudo nas nossas mãos.
    Desejo que tudo corra bem, e que a injustiça neste País se vá transformando no que é suposto ser, "Justiça"!

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  4. claro que é sempre possível dar a volta por cima, embora cada vez existam mais portas fechadas no nosso país, Anita...

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