Ao escrever sobre isso, estou a pensar sobretudo na qualidade de vida que se vai perdendo, à medida que fingimos ultrapassar o próprio tempo.
Penso nas fragilidades humanas, que se tornam cada vez mais visíveis, tanto físicas e mentais. Até nos pode dar a sensação de que se "inventaram" novas doenças, se nos esquecermos que o nosso corpo não está preparado para a "eternidade"...
Quem tem familiares entre os oitenta e os cem anos de idade, sabe do que estou a falar, assiste diariamente à perda de faculdades. É natural e tem de ser aceite de forma pacífica.
Claro que sei que há doenças que também vão aparecendo mais cedo, devido sobretudo ao modelo de vida citadino, muito menos saudável do que devia. O facto de se lidar diariamente com o "stress", de certeza que contribui para casos de demência, que por vezes surgem ainda antes da idade da reforma.
E não vou falar das questões sociais que se levantam, diariamente, em relação aos cuidados de saúde, por se perceber que o nosso país, não está estruturado para ter tanta gente de idade avançada.
O mais curioso, é notar que muitas destas pessoas, apesar das suas debilidades, não pensam "desistir de viver". Habituam-se a conviver diariamente com a dor e com as dezenas de comprimidos que lhes dizem que garante uma "vida mais saudável".
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Vivi essa realidade durante os 6 meses em que estive numa residência sénior para recuperação de uma perna partida.
ResponderEliminarA recuperação ainda não é total, mas estou autónoma, lúcida e em minha casa.
Contudo este país não é para velhos dependentes, sem filhos por perto e muitos com reformas miseráveis.
Os que estão lúcidos continuam a querer viver a todo o custo.
A morte é uma grande incógnita!
Abraço
Eu acho que este país não é para ninguém, nem para velhos nem para jovens ou gente madura, Rosa.
EliminarÉ apenas para os "chico-espertos", que pensam que levam toda a gente a certa e que baixaram a bainha à mentira, para ela deixar de "ter a perna curta"...
O mais curioso, é o partido com mais "chico-espertos", mais mentirosos, ser quem parece ser mais relevante nestes tempos de "fim do mundo"...
Pois é, há ainda o problema dos portugueses serem uns papalvos...