sábado, novembro 08, 2014

Estar Dentro e Fora das Entrevistas


Começo a ler a entrevista do António Lobo Antunes (publicada ontem no "Ipsilon") e gosto daquele início. Até me apetece fazer-lhe uma série de perguntas, deslocadas da literatura, falar com ele sobre outras coisas. 

Mas depois quando o António começa com as "merdas dele", sinto a magia a diluir-se. Fico com a sensação que tem mais lugares comuns na cabeça que nos livros. 

É nesta altura que tento saber há quanto tempo não leio um livro da sua autoria. Antes de fazer contas penso que foi há meia dúzia de anos, mas a "matemática" diz-me foi há muito mais. O último livro que li dele foi "O Manual dos Inquisidores", editado em 1996 (não o li logo, mas de certeza que ainda foi leitura do século XX...). Ou seja, há uns quinze anos que não leio um livro dele (os livros de crónicas não contam...).

O último que tenho dele cá em casa é, "Eu hei-de Amar uma Pedra", de 2004, que espera na estante por uma oportunidade...

Penso mesmo que quem escreve as crónicas na "Visão" não é o escritor que escreve livros e dá entrevistas, que tem sempre um pé na lua e que por muito que se esconda na sombra, está mesmo convencido que é o melhor escritor português.

Quando ele diz que escreve porque não sabe dançar como o Fred Astaire, é apenas um bom título.

Claro que eu devia passar ao lado das suas contradições, por sermos todos mais que uma coisa ao mesmo tempo. Mas não me apetece, pelo menos hoje.

8 comentários:

  1. É deveras desconcertante o António Lobo Antunes. Concordo com o que dizes em relação às entrevistas e a alguns dos livros. Não leio todos com o mesmo entusiasmo, confesso...
    Um abraço, Luís.

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  2. Eu gosto do cronista mas tirando "O Manual dos Inquisidores" não consegui voltar a ler nenhum livro dele!

    Abraço

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  3. o António gosta de ser diferente, Graça.

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  4. o cronista felizmente tem os pés na terra, Rosa. :)

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  5. [ muitas vezes prefiro ficar com a imagem do escritor....de perto ninguém é normal ;) ]
    beijo

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    1. mas ele deve ser um gajo porreiro, Margoh.

      pensa é que é o melhor escritor português.

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  6. Lamento, mas a unica coisa que tenho lido dele são crónicas. Está no programa para este ano, na minha disciplina de literatura, mas só lá para o fim do ano letivo, que começou subordinado ao tema, "A influência do sebastianismo na literatura" e o inevitável Almeida Garrett e o seu Frei Luis de Sousa.
    Um abraço e uma boa semana

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    1. e é o melhor dele, Elvira. o mais humano e mais belo.

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